CADA UM COM SEUS PROBLEMAS
Em antigo bairro desta cidade, onde quase todas as famílias se conheciam, havia uma grande fábrica que empregava a maior parte dos homens jovens, das moças e mesmos dos chefes de família. Quando acontecia de moços e moças se conhecerem e flertarem nas quermesses, brincadeiras dançantes que aconteciam nas casas das famílias e mesmo nos cinemas do bairro, era uma festa . Todos torciam para que o casamento viesse a acontecer para felicidade geral da nação.
EL GRAN CONQUISTADOR
Na fabrica em que a maioria trabalhava havia um chefe que liderava as galeras. Era também jovem, bem apessoado, sempre com água de cheiro e roupas feitas pelos melhores calceiros e camiseiras. Não havia a moda pronta que você experimenta na loja , faz a barra e leva para casa. Por este e por outros motivos o chefe era amado por todas e detestado pelos raspazes. Era uma concorrência difícil de vencer . O nome dele era citado em prosa e verso. As garotas sempre tinham piadinhas daquelas com as quais referido chefe saía. Era um Don Juan.
A GALERA ALVOROÇADA
A galera das moças se alvoroçou quando uma das lideres do grupo, solteira convicta anunciou que havia flertado, “tirado uma linha’ com o rapaz que trabalhava no mesmo grupo, na madrugada. Foi uma festa. Brincadeira daqui, festival de danças noutro lugar, etc. Meses de espectativa. A igreja estava arranjada, o padre era um capelão da fábrica que conhecia a todos e tudo deu certo.
A FESTA
Eram poucos os salões de festas além de alguns clubes que eram os pontos de encontro nos bairros. Fizeram uma “ vaquinha” e pagaram o aluguel. A festa estava garantida depois dos cumprimentos na Igreja. Não haveria a velha frase “os noivos se despedem na Igreja”. Para complementar o chefe pagou um hotel da mais alta qualificação, onde os casais se dirigiam após toda a festança e o indefectivel enfeite do carro com penicos, papel higiênico, etc.
CHOQUE NA NOITE DA LUA DE MEL
Terminados os compromissos sociais o casal foi para o hotel, cansados os dois com todos os preparativos e outras chateações. Cairam no sono, inicialmente. Depois ele, meio titubeante, no escuro passou a mão no ombro da noiva e sentiu que ela estava nua. Sem roupas , completaram a lua de mel. No ápice da junção matrimonial ela solta o nome do chefe com todas as inflexões possíveis indicativas de que de uma foram ou de outra ela gostava dele ou teve “ qualquer coisa “ com ele. O noivo gelou. Parou todas as máquinas reflexos dos seus impulsos para injetar sangue no cérebro que latejava. “Comooo, Fulanoooooo.” Ela ruborizada tentava explicar que era gratidão com os presentes que ele havia ofertado para eles. O noivo engoliu com manteiga. A contragosto .
O TEMPO PASSA. O TEMPO VOA
O tempo passou e cada um ficou com seus problemas, Dificil de aceitar. Ela, dizem, teve conduta escorreita e se esqueceu do chefe. O marido , não se sabe por quais razões “ saiu do armário”. Ficaram juntos pela vida afora, cada um com seus problemas.