RINHAS DE GALOS E SUAS HISTÓRIAS
Em outros tempos as chamadas rinhas de galos com as brigas e apostas era uma “instituição nacional”. Na área rural ou mesmo nas cidades, em bairros mais afastados, existiam os criadouros dos galos de briga e as rinhas onde as apostas nos “atletas” eram altas. Era o passatempo de muitos daqueles que trabalhavam nos campos. As apostas eram toleradas, as autoridades faziam vistas grossas ao que não havia lei que impedisse a violência das aves que cegavam galos ou mesmo causavam suas mortes. Havia muito médico veterinário para tentar salvar os contendores pois eram muito valiosos. Dizia-se que uma ave bem treinada e de origem belicosa chegava a valer o equivalente a 50 mil reais em moeda atual.
DECRETO DE JÂNIO
Quando na Presidência da República, Jânio Quadros baixou um decreto impedindo tais rinhas e lutas, determinando prisão aos que promoviam tais “espetáculos” que tinham oposição em ações dos defensores de animais, etc. Certa feita, em entrevista ao colunista, Jânio confirmou que precisava ter um foco fora de determinadas medidas como importação de papel linha d’água, de interesse de jornais, etc. Como também foi a proibição do uso de biquínis sendo uma moça presa para efeito de exemplo. A partir de então as polícias estaduais iniciaram uma ação repressiva às rinhas e brigas de galos, com apreensão das aves.
PARAÍSO DAS RINHAS E DAS BRIGAS
Uma cidade da região era “paraíso das rinhas e apostas”. O próprio delegado regional era o maior “galista” com formação especial das aves para a luta. A partir do Decreto Presidencial ele teve que se eximir de sua ação dita recreativa, mas lucrativa também. Certa feita um delegado novato na comunidade resolveu agir e prender vários donos de galos em determinado lugar da rinha famosa, que todos sabiam de sua existência, mas ninguém dizia nada como se fora uma “omertá”, da máfia das penas.
DELEGADO REGIONAL EM XEQUE
A ação foi logo transmitida para o delegado maior da região que tinha a simpatia dos promotores das lutas, que eram muito violentas. Imaginem que cada galo custasse quase 50 mil reais em moeda atual e eram mais de trinta machos lutadores. O Regional chegou rapidinho à Delegacia e assumiu a coordenação do “flagrante”. Primeira medida foi enviar todas as aves para a irmandade da Santa Casa de Misericórdia para fazer canja para os doentes e depois tratou-se da contravenção. Advogados dos mais capazes foram chamados e livraram os poderosos das grades enferrujadas da cadeia. Quanto aos galos, os donos foram até a Madre Superiora e convenceram a religiosa de que a carne de galo lutador era dura e que não conseguiria fazer a canja. Fizeram uma proposta de troca de dez galinhas poedeiras por galo. E ela aceitou na santa ingenuidade. Todos saíram felizes e os galos foram cantar em outra freguesia. As galinhas poedeiras “pagaram o pato”.