GÊMEOS DA ‘PÁ VIRADA’
Em um grande bairro de nossa cidade havia uma família muito conceituada, cuja senhora concebeu gêmeos, duas crianças idênticas. Eram iguais em tudo, até nos gestos, gostos etc. Foram crescendo muito unidos e sempre peraltas. Para as comadres da época eram meninos “da pá virada”. Viviam aprontando artes e o difícil era identificar qual dos dois havia aprontado. Cresceram namorando as meninas mais bonitas e ambos eram muito lindos. Um namorava e no decorrer do namoro o outro assumia. A moçoila tinha dois namorados iguaizinhos e não havia como identificá-los. Chegou a época do Tiro de Guerra. Como era legislação da época, somente um servia o Exército. Eles se revezavam no cumprimento do dever cívico e patriótico. Cada dia um comparecia e sabia nomes dos colegas, dos sargentos e toda a operacionalidade da tropa. Terminaram o Serviço Militar e um só teve o registro como recruta. O outro serviu meio a meio.
NAMORADAS E PROBLEMAS
Muitas namoradas, algumas delas não sabiam que os irmãos eram gêmeos, e namoravam os dois e tinham avançadas ações com os “da pá virada”. Certa época uma delas apareceu no portão da casa de ambos para reclamar que estava grávida e queria se casar com o que dizia ser o pai da criança. Não havia teste de DNA e nem outro tipo de constatação. Quando mostraram os dois irmãos para a moça casadoira dizer quem era seu namorado ela ficou em dúvida e depois disse que não estava mais grávida e os gêmeos foram salvos. Posteriormente se casaram. As esposas tinham métodos infalíveis para estabelecer quem era quem, na hora dos vamos ver. Foi um caso muito comentado à época na cidade.