Golpeta da garota
Certa feita, em uma emissora de rádio, apareceu uma jovem dizendo que estava noiva de um radialista da emissora e que iria casar com ele. As funcionárias que anotavam pedidos de músicas ficaram aturdidas quando a referida “futura noiva” dizia que estava tudo certo e que já estava grávida daquele famoso locutor. Fazia questão de dedicar músicas da programação ao futuro marido. As colegas do dito “noivo” sabiam que ele estava para casar, mas com outra gentil senhorita conhecida, que convivia com os colegas dele e, por conseguinte, delas. Por mais que evitassem escrever qualquer tipo de mensagem que pudesse envolvê-lo, ela sempre estava nas portarias de outras rádios para divulgar suas músicas românticas com o que seria seu parceiro.
Fale com o chefe
A moça era envolvente e “dava carteiradas” nas funcionárias ameaçando-as de demissão quando estivesse com “o papel passado”. Um dia, quando ela chegou toda empinada, as humildes funcionárias chamaram o chefe que foi atendê-la. Ela desfiou um rosário de histórias que seriam do romance dos dois e disse com todas as letras que estava grávida dele, de três meses. O chefe que a atendeu teve paciência e com toda educação começou a avaliar as mentiras da pretendente. Disse-lhe que a maior vontade do seu funcionário era ter um filho, embora fosse impossível, pois tinha impossibilidade, pois segundo ele, o “noivo” não tinha espermas e que isto se chamava azoospermia. Ela, indignada perguntava: -“E isto aqui?”, apontando para a sua barriga que não tinha proeminência. É obra do “Divino Espírito Santo?”. Ele pediu que ela voltasse no dia seguinte para ele poder conversar com seu dileto funcionário. Perguntou a ele sobre o “causo” e ele negou peremptoriamente, dizendo que iria casar com sua noiva e que realmente tinha um quadro de falta de espermas, a tal de azoospermia e que iria se tratar. Apresentou um documento de exames laboratoriais que atestavam sua versão.
O dia seguinte
No dia seguinte a moçoila voltou para conversar com o chefe. Toda cheia de si e plena de seus direitos, foi logo perguntando: -“E ele, confirmou ser o pai de nosso filho e do nosso casamento?”. O responsável pelo setor de Recursos Humanos levou para uma sala e mostrou os resultados dos exames feitos pelo locutor. E lhe disse: -“Impossível. Só se for obra do Espírito Santo, mesmo”. Ela ficou pálida. Viu seu castelo desmoronar. Mas não deu o braço a torcer. “Eu vou voltar e provar o contrário”. No entanto, demonstrou estar chocada. Dias depois ela foi até a emissora e procurou pelo responsável e disse lhe: -“O senhor tinha razão. Desceu a menstruação.” Nunca mais ela voltou para dedicar músicas e poesias para o locutor que poderia ser seu futuro marido. Fake News.