Tribuna Ribeirão
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Larga Brasa

Pelo sim, pelo não
Em uma pequena cidade da região, onde tudo que se fazia e se sabia era pela agilidade das comadres, do diz-que-me-diz, havia um profissional da área de psicologia que era impoluto. Orientava aos que necessitavam de suas sessões, principal­mente as moças e moçoilas bonitas que se encantavam com seu charme e profundidade de suas análises. Não havia quem não o admirasse, embora fosse casado e, segundo se dizia, bem casado. Era a sensação da cidadezinha o que motivava o ciúme dos homens, que muitas vezes eram o objeto da recla­mação de suas pacientes.

Nenhum caso concreto
O pessoal comentava, mas não apontava um único caso con­creto em que ele havia claudicado, sucumbido diante da be­leza e candura de alguém. No entanto, um dia chegou uma senhora casada muito bonita, de classe, moradora da cida­dezinha, mas que não frequentava os mesmos lugares das ditas “comadres”. Mantinha-se a distância e dava de ombros quando alguém comentava algo a respeito de fatos e pesso­as. Ela precisava dos cuidados do profissional da psicologia. Primeiro sentou-se na cadeira confortável, depois começou a narrar as suas desventuras e frustrações sempre com pa­lavras alentadoras do cidadão acima de qualquer suspeitas. Foram muitas sessões. Acabaram sendo amigos e o povo já dizia que havia mais que ligação profissional-paciente. O ma­rido não desconfiava. Saíam de carro para um passeio com a finalidade de espairecer, etc. Mas sempre dizendo que eram regras profissionais.

Tantas sessões
Foram tantas sessões que o caso se transformou em aque­le algo mais que o pessoal falava e colocava um adendo: “Quando falamos, ou foi, ou é ou será…”. O marido tomou co­nhecimento dos fatos de que era personagem das histórias. Comprou um revolver e resolveu agir, mesmo sem ter a certe­za se os boatos eram verdadeiros ou não. A sogra dele, mãe da bonita senhora, ficou apavorada, conhecia um repórter da maior cidade da região e contou a ele o que iria acontecer no dia certo, hora, etc. Temia pela vida da filha, do profissional e também do próprio genro.

Repórter cheio de tato
O repórter que também conhecia o profissional ligou para ele e, cheio de rodeios, perguntou se ele conhecia a “Fulana de Tal” da sua cidade. Ele afirmou que sim. O repórter foi direto: -“Você tem um caso com ela?” Ele negou peremptoriamente: -“Não, nunca, jamais”. O repórter ainda continuou dizendo que então o problema não era com ele pois o marido dela saiu para matar o amante. Silêncio. Desligou o telefone.

Telefone do repórter toca
Imediatamente após a conversa o telefone do repórter toca e o profissional diz que era ele sim e tentou se justificar. O repórter afirmou que o problema não era a justificativa, era ti­rá-lo de uma situação e relatou o que a sogra do traído havia lhe dito. O jornalista então lhe disse para ele não sair do seu consultório que ele iria até lá. Pediu para deixar a porta da garagem aberta que ele iria com uma caravan buscá-lo. Em lá chegando o profissional da imprensa viu o marido encostado no poste da esquina com um grande volume na cintura. Entrou de ré com o veículo, abriu a porta traseira e escondeu o famo­so agachado no bagageiro. A mulher, a mãe e o marido traído chegaram a um acordo pelos filhos, reuniram o casal e “foram felizes para sempre”. O cidadão se mudou de cidade, pois as histórias eram as mais díspares possíveis.

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