Tempos áureos da política de Ribeirão
Houve um tempo em que a política de Ribeirão Preto era exemplo para os municípios do Estado e São Paulo. Nos Congressos dos Municípios em que aulas de Direito Administrativo eram ministradas pelo próprio Helly Lopes Meirelles com sua equipe -, e oportunidade em que se discutiam os reais problemas das comunidades e não “sexo de anjo”-, os nossos políticos eram exemplos para os demais. Welson Gasparini, Faustino Jarruche e o velho Nogueira quando ocupavam a tribuna ou participavam das comissões de elaboração da pauta dos trabalhos eram brilhantes. Gasparini tinha algumas figuras de estilo que inebriava a todos e fazia com que os garçons parassem com suas bandejas no ar para que ouvissem o vereador e depois mais jovem prefeito a discursar. Queriam saber do final das histórias que o jovem político contava com vigor e facilidade de descrição dos fatos. Para facilitar o trabalho dos nossos representantes havia o velho, sonhador e amante de nossa cidade, jornalista Antônio Machado Santana que articulava para que eles pudessem falar e deixar a plateia de boca aberta.
Faustino
Certa feita em um congresso em Serra Negra, Faustino Jarruche destruiu a argumentação da deputada Dulce Sales Cunha Braga que advogava a tese de se ensinar através da ‘A Voz do Brasil’ o alfabeto para as crianças e velhos de todo o País. Faustino, médico, debateu e afirmou que a falta de recursos de alimentação, de médicos para a saúde pública e a ausência de uma plataforma base para que o programa se desenvolvesse não se atingiria ao objetivo que se almejava. Foi aplaudido de pé e até a própria deputada federal o cumprimentou pelo alinhavo de ideias. Nogueira também era especialista em saúde e por inúmeras vezes “foi na veia” ao abordar vários temas.
Gasparini
Welson Gasparini era sempre aguardado por todos, inclusive pelo então vereador Orestes Quércia, de Campinas, que bebia suas palavras, gestos e inflexões. Posteriormente, quando o professor Monteiro de Barros, da Faculdade de Engenharia de São Carlos, apresentou o projeto do nosso aeroporto internacional (o assunto é antigo), o governador saiu da sua cadeira do centro do Salão Nobre do Palácio dos Bandeirantes e foi até ao jovem prefeito para dizer-lhe que ele havia sido o seu exemplo, que ele tentou seguir até com professores de oratória. No lugar onde os vereadores de nossa cidade estavam reunidos formavam-se rodinhas com representantes de outras comunas que queriam saber mais do que eles falavam. Sempre acompanhados por Machado Santana que era o “abre portas” em tais Congressos. Naquela oportunidade, o governador Franco Montoro montou o CEPAM para orientar a vereadores e prefeitos sobre as leis com os melhores assessores do professor Helly. Bons tempos que não voltam mais.