Tribuna Ribeirão
Geral

Larga Brasa

Entrevista com o todo poderoso Lincoln Gordon
Em meio à turbulência do movimento político militar de 1964 como repórter de uma emissora do interior de São Paulo fo­mos tentar uma entrevista com o considerado “todo pode­roso” da época, que embasou a chamada “revolução”, com deslocamento de porta aviões, estrutura financeira e outros quesitos para mudar os rumos políticos, etc.
Tentamos contato com a Embaixada dos Estados Unidos e houve a prometida entrevista, mas sem muita definição, pois a agenda do embaixador Lincoln Gordon estava superpreenchi­da. Procuramos uma pessoa ligada às artes de Ribeirão Preto, Orávia Alves Ferreira, do Conservatório Musical que tinha ami­gos que faziam parte de um seleto grupo do representante dos Estados Unidos e, enfim, conseguimos agendar a entrevista.
O jovem de 21 anos procurou se preparar para conseguir algu­ma notícia sobre o que ocorreu, os objetivos, etc.

Antessala
Ficamos na antessala e de onde estávamos víamos o entrar e sair das chamadas autoridades na “cápsula” do represen­tante dos EUA. Saíram Carlos Lacerda (governador do Rio), Magalhães Pinto (governador de Minas Gerais) e outros. Em dado momento a secretaria de Lincoln chegou e disse que era nossa vez. Colocamos nossa assinatura no livro das visitas e lá fomos, tremendo por dentro, mas demonstrando ser senhor da situação. Ele, parecendo muito amável, e o foi, perguntou sobre a região de Ribeirão Preto. Tinha minha ficha. Eu disse que foi a Capital do Café e estava migrando para ser a Capital da Cultura. Ele de pronto rebateu: “Não mais Capital do Café. Agora Londrina. Financiamos uma estrada para Porto de Pa­ranaguá e deixaremos de ocupar o Porto de Santos pelas suas peculiaridades”. O cidadão tinha noção de pormenores.

Maquinista da locomotiva
Depois de discorrer sobre o futuro de nossa região, aferido por satélites e outros equipamentos, vaticinou que iríamos ter na agricultura outro componente para nos orgulharmos, que não o café. Em seguida dissemos que estávamos no contexto do estado de São Paulo, que puxava os outros estados na econo­mia do país. Ele atravessou a explicação e afirmou que: -“São Paulo é a locomotiva do Brasil, mas o maquinista (Adhemar de Barros) havia colocado todo o carvão ‘no bolso’”.
Nesta hora o governador do Estado que parecia estar inte­grado ao esquema “revolucionário” estaria balançando. Ao chegarmos a Ribeirão Preto falamos aos editores do jornal que trabalhávamos e na Rádio PRA-7 que o governador cai­ria. Todos duvidaram. Como um ‘reporterzinho’ do interior iria conseguir um furo daquele, etc.
Passados alguns dias o Diário Oficial da União publicou a cas­sação de Adhemar Pereira de Barros por uma série de razões.

Quem quer pode
Sempre acreditamos no poder de nossa vontade interior. Quem quer pode. Basta objetivar, sem duvidas, o alvo de seu foco. Você consegue, mesmo sendo um pequeno e insignifi­cante jornalista ainda em formação e caipira da área da roça de São Paulo.

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