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Larga Brasa

GUARDA NOITE ERA O GATO DO AÇOUGUE
Nos Campos Elíseos, proximidades do Bosque Municipal havia um açougue que caprichava nas linguiças. O açougueiro se especializou em linguiças e salsichas de todos os tipos, misturas, tamanhos e gostos. Era uma fila para a compra dos seus produtos, principalmente na época de Natal e Ano Novo. Os açougues da época possuíam portas com grades amplas embora com vãos largos. Mas as linguiças e salsichas ficavam distantes das portas e era impossível retirá-las com os braços daqueles que passavam pelas ruas. Quem por ali andava so­mente tinha odores fabulosos dos temperos do velho açougueiro.

NEGÓCIOS COM VENTO A FAVOR
Os negócios do experiente ‘linguiceiro’ iam de vento em popa. Já havia me­lhorado a casa que se situava nos fundos do açougue e era querido da vizinhança. Sempre pintava com cores alegres a frente do seu estabele­cimento para chamar a atenção e para lembrar a todos que os melhores embutidos estavam naquele açougue.

GATOS OU GATUNOS
De uma hora para outra as linguiças começaram a desaparecer. Alguns qui­los sumiam em uma noite e outros tantos na noite seguinte. As suspeitas recaíram sobre alguns gatos que viviam nas proximidades e que dormita­vam durante o dia, sol forte, nas sombras de algumas árvores do próprio Bosque Fabio Barreto. A discussão entre as senhoras que compravam também carne do profissional era se os gatos passavam pelos desvãos das portas etc. Outros duvidavam, pois a parte posterior das salvaguardas do açougue eram altas e quase impossível do animal gato subir na grade etc.

GUARDA NOITE
Todos confiavam no Guarda Noturno que apitava com vigor em plenas madrugadas. Era sinal de que tudo corria bem. Os vizinhos sabiam que era impossível o ladrão furtar todos os produtos que estavam sumindo.

DECIFRADO O ENIGMA
Amigos e funcionários do açougueiro resolveram montar uma “campana” para verificar quem era realmente o larápio da madrugada. Ficaram de tocaia em uma casa abandonada de olho no açougue iluminado por uma lâmpada fra­quíssima da iluminação pública. O gato passou vagarosamente interessado mais em uma gata no cio que miava languidamente do que na carne e embuti­dos de dentro do açougue. Mas ao longe vinha uma sombra pé-ante-pé em di­reção às linguiças. Todos ficaram de “butuca” como se dizia naqueles tempos.

O GUARDA – O GATO
O guarda noite se aproximou com um bambu comprido que pegava na en­trada do bosque Fabio Barreto. Enfiando a vara comprida chegava até aos paus em que estava depositadas as linguiças e com pequenos toques fazia com que elas escorregassem para seus braços. Ele já as colocava em sacolas de papel e, depois de encher o saco, saia como urubu malandro nas sombras da madrugada. Foi pego em flagrante. A polícia com o famoso delegado Dr. Barbante investigou e concluiu que o Guarda Noite era o maior fornecedor de linguiças e outras iguarias que furtava do açougue. Ficou encarcerado e ninguém conseguiu retirá-lo das grades. O assunto foi comentado em todas as rodas sociais. Todos brincavam e perguntavam uns aos outros. “Quem é o gato. É gato ou gatuno”. Nunca mais se levou a linguiça do açougueiro.

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