Por Guilherme Sobota
Kazuo Ishiguro é o Prêmio Nobel de Literatura de 2017. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 5, em Estocolmo. A Academia lhe atribuiu a distinção a ele “que, em seus romances de grande força emocional, revelou o abismo sob a nossa ilusória noção de conexão com o mundo”.
“Se você misturar Jane Austen e Franz Kafka, e adicionar um pouco de Marcel Proust, e aí misturar um pouco, mas não muito, pode-se ter uma ideia do trabalho de Ishiguro”, disse a secretária permanente da Academia Sueca, Sara Danius, logo após a divulgação. “Ele desenvolveu um universo estético muito próprio.”
Questionada sobre a obra pouco numerosa de Ishiguro (são sete romances desde 1982), Danius disse que a Academia recompensa um corpo de trabalho, “mas esse conceito pode significar muitas coisas”. “Ele é muito interessado em entender o passado, não para redimi-lo, mas para explorar o que deve ser esquecido, para sobreviver, em primeiro lugar, como indivíduo ou sociedade”, concluiu a secretária.