O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, autorizou a soltura de Walter Delgatti Neto, o “Vermelho”, o principal alvo da Operação Spoofing por hackear as comunicações do ex-juiz da Lava Jato, o hoje senador Sergio Moro, e do ex-procurador da República Deltan Dallagnol – ambos do Podemos-PR –, que chefiou a força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba (PR).
Delgatti foi preso em 27 de junho, por descumprir medidas cautelares de sua liberdade condicional, mas agora voltará a responder em liberdade. “Vermelho” foi preso pela primeira vez na Operação Spoofing, em julho de 2019, quando era investigado pela invasão dos celulares de diversas autoridades via aplicativo de mensagens Telegram, entre as quais Sergio Moro.
Também conhecido como Vermelho, Delgatti é o hacker confesso de membros da Operação Lava Jato e foi preso pela primeira vez em 2019, alvo de operação que investiga a invasão de contas de Telegram de autoridades. Em outubro de 2020, foi colocado em liberdade condicional, mas voltou à prisão no mês passado por violar a ordem judicial que o impedia de acessar a internet.
Com a liberação autorizada pela Justiça de Brasília, ele volta a responder em liberdade, mas terá de usar tornozeleira eletrônica, informar seu endereço residencial, avisar a polícia se se ausentar do estado de São Paulo por mais de 48 horas e apresentar ao delegado um relatório mensal com local, horário e atividades desenvolvidas na internet.
O hacker foi preso no Edifício Premium, na avenida Leão XIII, no bairro Ribeirânia, Zona Leste de Ribeirão Preto, acusado de ser o mentor do grupo que invadiu contas de autoridades no Telegram. Ele estudava Direito na cidade.
O caso ficou conhecido como “Vaza Jato” e deu força ao julgamento que declarou Moro parcial para julgar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em agosto do ano passado, Walter Delgatti ainda teria sido levado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) para um encontro com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio do Alvorada.