Tribuna Ribeirão
Economia

Juros do especial e do cartão recuam

Marcello Casal Jr/Agência Brasi

Com as famílias em difi­culdades para fechar as contas durante a pandemia do novo coronavírus, em meio à retração da atividade e ao desemprego, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito caiu 0,3 ponto percen­tual de agosto para setembro, informou nesta segunda-feira, 26 de outubro, o Banco Central. A taxa passou de 310,2% para 309,9% ao ano.

Os dados apresentados nes­ta segunda-feira pelo BC são influenciados pelos efeitos da pandemia, que colocou em iso­lamento social boa parte da po­pulação, reduzindo a atividade das empresas e elevando o de­semprego. Com a carência de re­cursos, as famílias aumentaram a demanda por algumas linhas de crédito nos bancos.

O rotativo do cartão, junta­mente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades, e tem uma das taxas mais ele­vadas entre as avaliadas pelo BC. Dentro desta rubrica, a taxa da modalidade rotativo regular passou de 270,3% para 268,6% ao ano de agosto para setembro. Neste caso, são con­sideradas as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura.

Já a taxa de juros da modali­dade rotativo não regular passou de 335,2% para 336,8% ao ano. O rotativo não regular inclui as operações nas quais o pagamen­to mínimo da fatura não foi re­alizado. No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédi­to, o juro passou de 137,8% para 142,1% ao ano. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 65,1% para 62,3%.

Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parce­lado, a juros mais baixos. A in­tenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do car­tão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado. Atualmente, po­rém, o risco de inadimplência aumentou, justamente porque muitas famílias estão enfren­tando redução de renda, na esteira da pandemia.

A taxa média de juros no cré­dito livre caiu de 26,5% ao ano em agosto para 25,7% ao ano em setembro. Para as pessoas físicas, passou de 39,0% para 38,0% ao ano de agosto para setembro, enquanto para as pessoas jurí­dicas foi de 12,1% para 11,4% ao ano. Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 112,6% ao ano para 114,2% ao ano de agos­to para setembro. No crédito pessoal, a taxa passou de 30,0% para 29,5% ao ano.

Desde julho de 2018, os ban­cos estão oferecendo um parce­lamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débi­tos superiores a R$ 200. Desde 6 de janeiro de 2020, o BC apli­ca uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao ano (151,82% ao ano).

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