Tribuna Ribeirão
Economia

Juro do cartão sobe a 455,1%

MARCELO CAMARGO/AG.BR.

Com a taxa Selic parada em 13,75% ao ano desde agos­to de 2022, a média de juros no crédito livre continuou a subir em maio ante abril, de 45,1% ao ano para 45,4% ao ano, in­formou nesta quarta-feira, 28 de junho, o Banco Central. É a maior desde agosto de 2017 (45,6%). No quinto mês de 2022, era de 38,0%.

Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédi­to livre passou de 59,6% (dado revisado) para 59,9% ao ano de abril para maio – também a maior taxa desde agosto de 2017 (62,3%), enquanto para as pessoas jurídicas se manteve em 23,8% (dado revisado) en­tre os dois meses.

Na mira do governo fe­deral, o juro médio total co­brado pelos bancos no ro­tativo do cartão de crédito continuou subindo, com alta de 7,8 pontos percentuais de abril para maio. A taxa pas­sou de 447,3% para 455,1% ao ano, o maior nível desde março de 2017 (490,3%).

Em abril daquele ano, co­meçou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do ro­tativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permi­tir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de ina­dimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.

O rotativo do cartão, junta­mente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades. Com as taxas de juros elevadas, o Ministério da Fazenda criou um grupo de trabalho com os bancos e o Banco Central para buscar soluções para o assunto.

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa teve queda entre abril e maio, de 133,5% ao ano (dado revisado) para 130,7% ao ano de abril para maio. No crédito pessoal, a taxa passou de 43,1% para 42,8% ao ano.

Desde 2018, os bancos es­tão oferecendo um parcela­mento para dívidas no cheque especial. A opção vale para dé­bitos superiores a R$ 200. Em janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos ju­ros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano).

Veículos
Os dados mostram ainda que, para aquisição de veícu­los, os juros foram de 28,5% ao ano (dado revisado) em abril para 28,1% em maio. A taxa média de juros no crédito to­tal, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 32,1% ao ano em abril (dado revisado) para 32,5% ao ano em maio. No quinto mês de 2022, estava em 27,8%.

Inadimplência
A taxa de inadimplência nas operações de crédito li­vre com os bancos passou de 4,8% para 4,9% de abril para maio, informou o Banco Central. Esse é o maior nível de calotes desde fevereiro de 2018. Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência pas­sou de 6,2% para 6,3% de um mês para o outro, chegando ao maior patamar desde maio de 2016. No caso das empre­sas, variou de 2,8% para 3,0% no período, o maior nível desde novembro de 2018.

Endividamento das famílias
Na mira do governo fe­deral, o endividamento das famílias brasileiras com o sis­tema financeiro fechou abril em 48,5%, mesmo nível veri­ficado em março. O recorde da série histórica do Banco Central ocorreu em julho do ano passado (50,1%). Se fo­rem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamen­to ficou em 30,8% em abril, igual ao mês anterior.

Já o comprometimento de renda das famílias com o Siste­ma Financeiro Nacional (SFN) terminou abril em 27,9%, con­tra 27,6% no mês anterior. O nível é o novo recorde da série, superando os 27,8% de setem­bro de 2022. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda ficou em 25,8% em abril, ante 25,5% em março.

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