O juro médio total cobrado no rotativo do cartão de crédito subiu 2,6 pontos percentuais de julho para agosto, informou nesta quarta-feira, 26 de setembro, o Banco Central. Com isso, a taxa passou de 271,4% para 274% ao ano. A do cheque especial segue em 303,2% ao ano. No crédito pessoal, a taxa média subiu de 44,6% para 44,9% ao ano.
Desde o início de julho, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. A expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) é de que essa migração do cheque especial para linhas mais baratas acelere a tendência de queda do juro cobrado ao consumidor.
O juro do cartão rotativo é uma das taxas mais elevadas entre as avaliadas pelo BC. Dentro desta rubrica, a taxa da modalidade rotativo regular passou de 252,1% para 250,3% ao ano de julho para agosto. Neste caso, são consideradas as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura.
Já a taxa de juros da modalidade rotativo não regular passou de 285,2% para 291,3% ao ano. O rotativo não regular inclui as operações nas quais o pagamento mínimo da fatura não foi realizado. No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 167,1% para 166,7% ao ano.
Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 61,2% para 60,6% de julho para agosto. Em abril de 2017, começou a valer a nova regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos.
A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado. A taxa média de juros no crédito livre recuou ligeiramente, de 38,1% ao ano em julho para 38,0% ao ano.
Em agosto de 2017, essa taxa média estava em 45,4% ao ano. Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre caiu de 52,0% para 51,8% ao ano de julho para agosto, enquanto para pessoa jurídica recuou na mesma magnitude, de 20,6% para 20,4% ao ano.
A inadimplência das famílias ficou estável nos últimos quatro meses no menor nível histórico registrado pelo Banco Central (BC). No mês passado, permaneceu em 5%, a menor da série histórica iniciada em março de 2011. Essa taxa considera atrasos acima de 90 dias.
A taxa média para pessoas físicas e empresas – de 4,2% em agosto – também é a menor da série histórica. Essa é a inadimplência do crédito com recursos livres, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado.