O juro do rotativo é uma das taxas mais elevadas entre as avaliadas pelo BC. Dentro desta rubrica, a taxa da modalidade regular atingiu 287,1% ao ano no fim de 2019. No encerramento de 2018, estava em 268,0% ao ano. Neste caso, são consideradas as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura.
Já a taxa de juros da modalidade rotativo não regular fechou 2019 em 339,6% ao ano. Em 2018, estava em 297,7% ao ano. O rotativo não regular inclui as operações nas quais o pagamento mínimo da fatura não foi realizado. No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou para 176,0% ao ano no fim de 2019. Um ano antes, estava em 158,9% ao ano.
Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa ficou em 65,9% no fim de 2019, ante 56,9% no encerramento de 2018. Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos.
A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado. A taxa média de juros no crédito livre caiu de 36,1% ao ano em novembro para 34,0% ao ano em dezembro. Em dezembro de 2018, estava em 35,6% ao ano.
Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre passou de 50,1% para 47,3% ao ano de novembro para dezembro, enquanto para pessoa jurídica foi de 17,3% para 16,5% ao ano. Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 306,6% ao ano para 302,5% ao ano de novembro para dezembro.
No crédito pessoal, a taxa passou de 38,8% para 36,7% ao ano. Desde julho de 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. A expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) era de que essa migração do cheque especial para linhas mais baratas acelerasse a tendência de queda do juro cobrado ao consumidor.
Em junho de 2018, antes do início da nova dinâmica, a taxa do cheque especial estava em 304,9% ao ano. Em função da ineficácia da autorregulação da Febraban, o BC anunciou a limitação dos juros do cheque especial em 8% ao ano (151,82% ao ano). A nova regra começou a valer em 6 de janeiro de 2020. Os dados divulgados nesta quarta-feira ainda não refletem a nova dinâmica.