Tribuna Ribeirão
Economia

Juro do cartão cai a 441,1% ao ano  

A taxa do rotativo do cartão passou de 445,5% para 441,1% ao ano: no caso do parcelado, foi de 194,6% para 193,8% ao ano entre agosto e setembro (TV Brasil)  

Tema de fortes debates atualmente, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito caiu 4,4 pontos percentuais de agosto para setembro, informou nesta terça-feira, 7 de novembro, o Banco Central. A taxa passou de 445,5% para 441,1% ao ano.

No caso do parcelado, o juro passou de 194,6% para 193,8% ao ano entre agosto e setembro. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 101,5% para 101,4%.

A modalidade emergencial de crédito está no centro das discussões econômicas e políticas do país neste momento devido às taxas mais caras do mercado. O Congresso definiu em lei que os juros do rotativo e do parcelado não poderão ultrapassar 100% do principal da dívida.

Porém, espera que os bancos cheguem a um acordo sobre o assunto, chancelado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em até 90 dias. Além de um teto para os juros do rotativo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, propôs na semana passada aos setores envolvidos um máximo de doze meses para o parcelado sem juros.

A autoridade monetária também citou a hipótese de alguma limitação para a tarifa de intercâmbio no cartão de crédito.  Em meio ao processo de queda da Selic, a taxa média de juros no crédito livre mostrou leve redução em setembro ante agosto.

O percentual passou de 43,5% para 43,3% ao ano. No nono mês de 2022, a taxa, por sua vez, era mais baixa, de 40,5%. Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre cedeu, de 57,8% para 57,3% ao ano de agosto para setembro. No segmento de pessoas jurídicas, a taxa variou de 22,5% para 22,9% entre os dois meses.

Cheque especial – Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa mostrou elevação entre agosto e setembro, de 131,6% ao ano para 134,4% ao ano. No crédito pessoal, a taxa passou de 42,2% para 41,8% ao ano.

Desde 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. Em janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano).

Veículos – Os dados divulgados nesta terça pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 26,2% ao ano em agosto para 26% em setembro. A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 30,7% ao ano em agosto para 30,5% ao ano em setembro. No nono mês de 2022, estava em 29,0%.

Inadimplência – De acordo com o BC, a taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos se manteve em 4,9% de agosto para setembro. Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência passou de 6,1% para 6,0% de um mês para o outro. No caso das empresas, variou de 3,3% para 3,4% no período.

Endividamento das famílias – O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro fechou o mês de agosto em 48,0%, maior do que em julho (47,8%). O recorde da série histórica do Banco Central ocorreu em julho de 2022 (50,1%). Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 30,4% no oitavo mês de 2023, contra 30,2% em julho.

 

 

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