Por: Adalberto Luque
Começou, na manhã desta quinta-feira (20), o júri popular que vai definir se Matheus Felipe da Silva Martins, de 28 anos, é culpado pelo homicídio duplamente qualificado de Carlos Rogério Cavechia, então com 44 anos e pela tentativa de homicídio de sua mãe, Noemia Cavechia, de 70 anos. O crime ocorreu em 9 de junho de 2022.
Silva Martins está sendo julgado por homicídio doloso duplamente qualificado, por motivo fútil e por impossibilidade de defesa da vítima, além de tentativa de homicídio com as mesmas qualificadoras.
O júri ocorre no Fórum Criminal de Ribeirão Preto, na Ribeirânia, zona Leste da cidade. A partir das 10h00, o juiz passou a ouvir primeiro as testemunhas de acusação. Entre elas, a mãe da vítima, que também foi atropelada pelo réu. Em seguida, seriam ouvidas as testemunhas de defesa. Só então o réu seria inquirido pelo juiz.

Depois os advogados fariam suas alegações e o júri, composto por sete pessoas, se reúne para decidir a sentença. Por ser homicídio duplamente qualificado, as penas são maiores. No caso de homicídio simples, a pena pode ser de 6 a 20 anos de prisão. Com qualificadoras, vai de 12 a 30 anos.
Relembre o caso
Câmeras de segurança registraram todo o crime. Dois carros seguiam pela rua Ana Maria Tonzar Ristori, Planalto Verde, zona Oeste de Ribeirão Preto. O da frente parou e Cavechia, que conduzia o veículo, desceu, caminhando na direção do carro de trás, uma van dos Correios. Logo em seguida a passageira do carro, mãe do motorista, também desceu e foi em direção da van. Houve uma discussão.
Os dois seguem, então, de volta para o carro, quando o condutor da van acelerou e jogou o veículo sobre eles. A idosa conseguiu se jogar de lado, mas o homem foi atropelado. A van dos Correios passou por sobre o homem.
A mulher foi socorrida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oeste com fratura de maxilar e ferimentos no braço, rosto e escoriações pelo corpo. Já o homem foi encaminhado para um hospital particular. Ficou um mês em coma, mas não resistiu e morreu.
Matheus foi preso pouco depois. Na delegacia, disse que teria sido agredido pelo outro motorista, mas acabou preso. Na ocasião, em nota, os Correios informaram que o motorista e o veículo eram terceirizados. “A reprovável atitude do prestador de serviço não reflete a realidade da operação postal dos Correios e nem o comprometimento e o respeito de seus empregados no atendimento à população.”
A reportagem não conseguiu contato com a defesa do réu.