O ex-policial Derek Chauvin foi considerado culpado pela morte de George Floyd. O júri anunciou seu veredicto na tarde desta terça-feira, 20 de abril. A decisão foi tomada após dez horas de deliberações, iniciadas na segunda-feira (19). Chauvin respondia a acusações de homicídio culposo em segundo grau, homicídio em terceiro grau e homicídio em segundo grau.
A acusação mais grave, homicídio em segundo grau, pode levar a uma pena de até 40 anos de prisão, embora em casos envolvendo réus primários, como Chauvin, a pena costume ficar entre dez e 15 anos de prisão. O crime de homicídio em terceiro grau tem uma pena máxima de 25 anos, e a menos grave das acusações prevê um máximo de dez anos de prisão.
O júri foi composto por seis brancos, seis negros e duas pessoas multirraciais. Floyd morreu em maio passado depois que Chauvin, um então policial de 45 anos, o asfixiou segurando o joelho em seu pescoço por mais de nove minutos. Floyd reclamou que não conseguia respirar e testemunhas pediram, sem sucesso, para que o policial o soltasse.
A morte de Floyd gerou protestos em massa nos Estados Unidos e em todo o mundo e resultou no lançamento da campanha “Black Lives Matter” (“Vidas Negras Importam”). O caso aconteceu em Minneapolis, Minnesota, no dia 25 de maio do ano passado. O veredicto chega em meio a um momento de tensão na cidade, que teme uma agitação como a que eclodiu na primavera passada.
O tribunal foi cercado por barreiras de concreto e arame farpado, e milhares de soldados da Guarda Nacional e policiais foram trazidos para a cidade antes do veredicto. Algumas portas de empresas foram fechadas com tábuas de compensado.
Mais cedo, o presidente Joe Biden afirmou ter conversado com a família de Floyd na segunda-feira. “Só posso imaginar a pressão e ansiedade que eles estão sentindo”, disse. “Eles são uma boa família e clamam por paz e tranquilidade, não importa qual seja o veredicto”, disse Biden. “Estou rezando para que o veredicto seja certo. Acho que é esmagador, na minha opinião.”
Biden afirmou que a condenação do ex-policial Derek Chauvin “pode ser um grande passo para a Justiça nos Estados Unidos”, após o “mundo inteiro ter visto o racismo sistêmico” no país.
Em pronunciamento após o veredicto nesta terça-feira, o presidente pediu para que “o Congresso haja” no tema, e que procure uma “legislação que aumente a confiança entre policiais e o povo”. Além da família de Floyd, odemocrata também falou com o governador de Minnesota, Tim Walz, expressando satisfação pelo que ocorreu na Justiça local.