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Juíza limita greve em RP

juíza Luísa Helena Carva­lho Pita, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Ribeirão Preto, con­cedeu liminar à prefeitura nesta terça-feira, 10 de abril, e determi­nou ao Sindicato dos Servidores Municipais (SSM/RP) que man­tenha 100% do atendimento nas secretarias da Educação, Saúde e Assistência Social e 60% nas de­mais repartições. A magistrada também proibiu piquetes e im­pôs multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento da or­dem judicial. Na tutela cautelar, consta também que o SSM/RP tem oito horas após a notificação para cumprir a decisão. O sindi­cato ainda não foi notificado e pode recorrer, mas cumprirá a ordem judicial.

O presidente da entidade sindical, Laerte Carlos Augusto, ressalta que esteve em frente ao Palácio Rio Branco durante a tar­de, participando da manifestação da categoria, e à noite foi com o grupo de servidores até a Câmara pedir apoio aos vereadores, e não foi notificado. Ele diz, no entanto, que irá cumprir a ordem judicial. Na manhã desta quarta-feira (11), a comissão de negociação do SSM tentará agendar nova reunião com representantes do governo.

Caso isso não aconteça, vai propor a instauração de dissí­dio coletivo – nessa situação, a Justiça do Trabalho reúne os en­volvidos para conciliação, pode decidir os rumos da greve e até o percentual de reajuste salarial. Na segunda-feira (9), o juiz Regi­naldo Siqueira, da 1ª Vara da Fa­zenda Pública, já havia concedi­do liminar ao Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Pre­to (Daerp) em que praticamente proíbe a greve de funcionários da autarquia. Segundo o magis­trado, o Sindicato dos Servidores Municipais é obrigado a manter 100% de toda a área operacio­nal e de atendimento ao público durante o movimento paredista.

Já as demais áreas são obriga­das a manter 80% do quadro. A tutela cautelar ainda impõe mul­ta diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento da ordem judicial. Na decisão de Siqueira estão os setores de manutenção de sistema de água e de trata­mento de esgoto, laboratório, de eletricidade, controle de perdas, obras gerais, mecânica, operação de rede, leitura de hidrômetros, corte e ligação de água, dívida ativa, atendimento ao público, contas a pagar entre outros. A autarquia tem 898 funcionários.

Nesta terça-feira (10), primei­ro dia de greve geral do funcio­nalismo, a adesão chegou a 64%, segundo o sindicato. Os setores mais atingidos foram exatamente o Daerp (86%), as secretarias mu­nicipais da Saúde, Infraestrutura, Obras Públicas e Meio Ambien­te (com 80% de paralisação em cada), Fazenda e Planejamento e Gestão Ambiental (60% cada), Guarda Civil Municipal (GCM, com 56%), Educação e Adminis­tração (50% cada). A Cultura teve a menor adesão (35%).

A prefeitura tem números bem mais modestos e diz que, segundo balanço realizado nas secretarias de Educação, Cultura, Planeja­mento e Gestão Pública, Governo, Negócios Jurídicos, Casa Civil, Meio Ambiente, Esportes, Fazen­da, Turismo e nas autarquias do Serviço de Assistência à Saúde dos Municipiários (Sassom), Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM), GCM, Daerp e na Coor­denadoria de Limpeza Urbana (CLU) houve um total de 947 ade­sões à greve, o que corresponde a cerca de 10% do quadro.

Ontem, parte dos alunos da rede municipal de ensino ficou sem aula e algumas escolas atende­ram precariamente. A situação era a mesma nas unidades de saúde – apenas o atendimento de urgência e emergência foi mantido, mas quem tinha consulta agendada terá de remarcar. Na Secretaria da Infraestrutura, apenas os ser­viços emergenciais foram feitos. O sindicato diz que mantém os 30% dos serviços essenciais pre­vistos na legislação.

O sindicato pede reajuste de 10,8%, mesmo índice de reposi­ção sobre o valor atual do vale-ali­mentação e da cesta básica nutri­cional dos aposentados. O pedido dos trabalhadores faz referencia à correção da inflação nos últimos doze meses, de 2,93% medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – indexador oficial –, mais aumento de 7,87% referente ao crescimento orça­mentário na arrecadação.

O percentual de 1,81% é ba­seado na correção inflacionária registrada pelo Índice Nacio­nal de Preços ao Consumidor (INPC), no período de março de 2017 a abril de 2018. Segundo a CCS, o indexador é o mesmo utilizado nas negociações dos últimos anos em Ribeirão Preto, inclusive em comparação com outras administrações munici­pais. No entanto, é o percentual mais baixo dos últimos dez anos.

No ano passado, após a mais longa greve da categoria, que du­rou 21 dias e terminou em mea­dos de abril, os servidores aceita­ram reajuste salarial de 4,69% em duas parcelas – a primeira ficou fixada em 2,35% no mês de mar­ço e 2,34% para setembro. Tam­bém receberam uma reposição de 4,69% em parcela única retroativa a março no vale-alimentação e na cesta básica nutricional dos apo­sentados. Nenhum dia foi descon­tado dos grevistas.

A pauta do ano passado tinha 149 itens. O principal era o pedido de reajuste de 13%. Em 2016, em plena crise financeira da prefei­tura, o funcionalismo conseguiu aumento de 10,67%. O mesmo índice foi oferecido para o vale­-alimentação e também para o auxílio nutricional dos aposen­tados e pensionistas. Segundo balanço do sindicato, o percen­tual oferecido pelo governo, de 1,81% é o menor dos últimos dez anos. A prefeitura diz que está no limite da Lei de Responsabili­dade Fiscal (LRF) e que usa o mes­mo indexador dos últimos anos para conceder o aumento (INPC).

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