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Juiz federal manda soltar hacker de RP

O juiz Ricardo Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, revogou nesta terça-feira, 29 de setembro, a prisão preventiva de Walter Delgatti Neto, o “Verme­lho”, e Thiago Eliezer, acusados de terem invadido os celulares de diversas autoridades no ano passado, incluindo o do ex-juiz Sergio Moro, então ministro da Justiça e Segurança Pública.

Walter Delgatti Neto foi preso em julho do ano passado no Edifício Premium, na ave­nida Leão XIII, no bairro da Ribeirânia, na Zona Leste de Ribeirão Preto, acusado de ser o mentor do grupo de hackers que invadiu contas de autori­dades no aplicativo Telegram.

A denúncia também atinge Luiz Henrique Molição, detido em setembro do ano passado na casa onde mora, no bairro Primeiro de Maio, em Sertão­zinho – fechou acordo de dela­ção premiada e, por ordem do juiz Vallisney Oliveira, também da 10ª Vara Federal, cumpre prisão domiciliar e utiliza tor­nozeleira eletrônica. Os dois se conheceram na faculdade de direito, em Ribeirão Preto.

A decisão do magistrado foi tomada após os dois réus conseguirem anular na segun­da instância, por razões pro­cessuais, todas as audiências já realizadas na ação penal. Des­se modo, o juiz entendeu que manter a prisão cautelar du­rante todo o período da nova instrução criminal “acarretará inevitável excesso de prazo”.

A anulação das audiências foi concedida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) a pedido da Defensoria Pública, sob o argumento de que nem todos os documentos rela­tivos à denúncia no caso foram anexados aos autos, o que teria inviabilizado a defesa plena.

O magistrado destacou con­siderar o prazo da prisão excessi­vo mesmo que a demora na ins­trução criminal tenha sido em parte provocada por pedidos da própria defesa. “Diante de tal si­tuação, não há outra alternativa a não ser revogar a custódia pre­ventiva de Thiago Eliezer Mar­tins Santos e de Walter Delgatti Neto e fixar medidas cautelares diversas da prisão”, diz.

O juiz determinou que os dois usem tornozeleira eletrô­nica e não mantenham contato entre si ou com os demais réus ou testemunhas. O magistrado ordenou ainda a “proibição ab­soluta de acessar endereços ele­trônicos pela internet – inclusive com a utilização de smartpho­nes –, redes sociais, aplicativos de mensagens”.

Ele autorizou a Polícia Fede­ral a ingressar na residência dos réus para fiscalizar aparelhos eletrônicos e garantir a aplicação da medida. Delgatti Neto e Elie­zer foram presos na Operação Spoofing, da Polícia Federal, que apurou a invasão de celulares de autoridades.

Segundo as in­vestigações, os acusados teriam hackeado os aparelhos por meio de uma brecha no aplicativo de mensagens Telegram. Em janei­ro, ambos foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) junto com outras cinco pessoas, entre elas, o jornalista norte-americano Glenn Gre­enwald, responsável pelo site The Intercept Brasil, que publi­cou parte das mensagens ex­traídas dos celulares de Moro e de procuradores envolvidos na Operação Lava Jato.

Foram apontados indícios dos crimes de organização cri­minosa, lavagem de dinheiro e interceptação telefônica ilegal. A parte da denúncia contra o jornalista acabou rejeitada, por força de uma liminar do minis­tro Gilmar Mendes, do Supre­mo Tribunal Federal (STF), para quem ele estaria protegido pela liberdade de imprensa.

Porém, o juiz Ricardo Soares Leite aceitou a denúncia contra o restante do grupo, que inclui Delgatti Neto e Molição, Elie­zer, o motorista de aplicativo, Danilo Cristiano Marques, “tes­ta-de-ferro” de “Vermelho” – o apartamento na Ribeirânia onde “Vermelho” morava foi alugado no nome dele –, o DJ Gustavo Henrique Elias Santos e a esposa dele, Suelen Oliveira.

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