João Camargo
Desde o dia 7 de maio de 2020, a série documental “A tirania da minúscula coroa: Covid-19” tem sido divulgada pelo canal Via d’Idea, no Youtube. Produzida inteiramente pelo celular e elaborada pelos jornalistas Gustavo Girotto, Ricardo Sartori e Juliano Sartori, naturais de Taquaritinga, na região de Ribeirão Preto, a produção aborda o novo coronavírus em várias áreas, como, por exemplo, da saúde, da arte e do esporte.
De acordo com Girotto, a ideia da série surgiu após ter sido convidado para fazer um quadro em uma rádio no interior, com base em entrevistas pelo celular. “Com esse material, procurei os irmãos Juliano e Ricardo Sartori – que são grandes especialistas em construções de séries e edição de vídeos. Para minha felicidade, eles entraram arfando em mar revolto, toparam o desafio e assim nasceu a série documental”, comentou.
Ricardo Sartori, que ficou encarregado da direção de arte do material produzido, comentou que, quando surgiu a ideia de produzir o documentário, o desafio foi aceito na hora. “Quando o Girotto sugeriu a ideia e o propósito, que é levar informação de qualidade e conscientização, aceitamos o desafio da parceria. Acreditamos que, neste momento, todo talento deve ser doado para causas que ajudem a população nessa dura travessia. Foram horas de dedicação para alcançar esse resultado”.
Segundo Juliano Sartori, que dirigiu toda a roteirização da série, a produção do documentário foi inspirada na dinâmica de transformar o conteúdo em capítulos de uma série documental, que cresce a cada episódio em uma lógica de time line. “A narrativa jornalística diante dos fatos, cercada de depoimentos de grandes nomes de cada área, aliado a essa edição dinâmica, são os pontos fortes da produção. É uma forma de devolver para a sociedade, por meio de um trabalho voluntário, o que gostamos de fazer: gerar conteúdo que provoque transformação. Democratizar conteúdo de qualidade, neste momento, que ajudem a mitigar riscos deste inimigo invisível, é essencial”, explicou.
Vacina contra as fake news
Girotto acredita que no Brasil, durante a pandemia, está sendo feito um grande esforço para tentar desacreditar os cientistas. O que, para ele, é um erro “abissal”. Nesse sentido, pelo fato de sua série ter o teor de informar o espectador sobre os diferentes impactos que o coronavírus gera na sociedade, o documentário criado seria uma espécie de vacina contra a desinformação.
“Queremos reconectar as pessoas com boas informações. Acredito que todo mundo descobriu que existe uma câmera no celular e que, cada um em sua área, pode produzir algo de bom para a sociedade – até para tentar desarticular uma das indústrias mais bem-sucedidas do país: a da desinformação”, relatou Girotto.
Na mídia
Após a publicação de seus episódios, que, de acordo com Girotto, têm uma periodicidade de cerca de dez dias, diversos jornais têm repercutido a série. Entre eles estão Estadão, Folha de S.Paulo, Uol, Diário de Pernambuco, Correio Braziliense, Lance! e muitos outros.
Até a publicação desta matéria, já foram lançados oito episódio. O mais recente deles traz depoimentos, bastidores e análises de importantes juristas, como o de Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o de Carlos Eduardo Sobral, delegado federal e ex-presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF).