É o jornalismo a atividade profissional que consiste em lidar com notícias, dados, fatos e divulgação de informações. Prática de coletar, redigir, editar e publicar informações sobre eventos atuais, é uma das atividades que efetiva a Comunicação e sofre, nos últimos anos, constantes modificações decorrentes da expansão da Internet. A despeito disso, e de ser prática tão antiga quanto a própria imprensa, Juarez Bahia, em sua História e Técnica: as técnicas do jornalismo, afirma que somente no século XX o Jornalismo Especializado foi incorporado ao jornalismo profissional. Pontuando-o, ainda que incipiente, nos Estados Unidos, na revista Time, foi nesta publicação que se erigiu o referencial de interpretação associado a um jornalismo mais explicativo, que ampliava os modelos informativos e opinativos de antes, o que foi consolidado a partir dos anos 50: o “Padrão Time” de jornalismo.
Dentre seus autores pioneiros na Espanha (1970), Pedro Orive, em La especialización em El periodism, já admitia que cabia “à especialização jornalística diagnosticar os problemas da sociedade atual segundo certa área de interesse, discutindo possíveis soluções e servindo para formar nos leitores (o foco era a imprensa escrita) uma consciência crítica”. No final da década de 60, e início da década de 70, a crise econômica, a crise do papel, a disputa por anunciantes e a crise de credibilidade informativa, requisitando a adequação do jornalismo a novos públicos, conclamavam desde a modificação textual da informação à audiências seletivas e segmentadas, sem deixar de lado a inserção do mesmo em novos meios de veiculação (novas tecnologias), a superação da era da cultura de massa (sociedade industrial), a convivência com diferentes modelos comunicativos (internet), a busca por um público amplo, disperso e heterogêneo e o ajuste do jornalismo aos novos meios eletrônicos. Era, portanto, a especialização jornalística revelando-se a coluna vertebral do novo jornalismo que, então, se pretendia, bem como, um jornalismo que melhor servisse aos interesses da sociedade, espaço fundante de uma nova concepção de empresa informativa.
Passados trinta anos, já em 2003, Seijas Candelas, em Estructura y Fundamentos Del Periodismo Especializado, irá afirmar que o jornalismo especializado “Se trata, en definitiva, de un servicio a la sociedad, basado en el continuo reflejo de los diferentes estados de la opinión pública”. Era a especialização jornalística revelando-se uma estrutura que analisava a realidade, fornecendo uma visão, o mais completa possível, dos conteúdos que abordava, veiculados, estes, em linguagem acessível ao grande público e promotora de reflexão em todas as camadas sociais.
Juarez Bahia, portanto, situando o jornalismo especializado no âmbito do cotidiano, relacionava-o a diversas esferas, apontando-o como necessidade social, fundamental para o desenvolvimento das relações em sociedade. Em sua História, já citada anteriormente, admitindo-o, portanto, como “uma técnica de tratamento da notícia que se aperfeiçoa paralelamente à evolução dos meios de produção, das tecnologias industriais e comerciais, das aquisições culturais, das pesquisas e experiências científicas”. Era a especialização jornalística revelando-se uma análise do cotidiano, capaz de lidar com variações temáticas e midiáticas.