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Joias + Rolex + 7 bilhões

O enganador dos incautos descobriu na carreira política o meio eficaz e produtivo de tornar-se não só rico, mas poderoso. Esse poderoso sem ética arrastou os familiares -todos- para esse mesmo caminho, que em momento de frenesi alcança o poder máximo, arrastando o rebotalho que até então ficava no esconderijo da vergo­nha. Foi em moeda corrente a compra familiar de 56 imóveis.

Se, de um lado, recebeu joias como propina, se ordenou ao seu corretor, como tenente coronel devidamente fardado, que as vendes­se juntamente com um rolex cravejado de diamantes, de outro, o pai do corretor com a magnificência de general, justamente no e-mail descoberto pela Polícia Federal, manda entregar vinte e cinco mil dólares a Jair Bolsonaro, assim não ficaria rastro. Portanto, isso não deve surpreender às pessoas decentes, pois o malefício causado na organização do Estado brasileiro durou quatro anos, não ficando setor algum sem que tenha sido devastado, tal a coerência dessa mi­séria política e ética, em relação à qual a devastação amazônica surge como símbolo e representação de desordem.

Essa fome de poder familiar, e até para os amigos serem prote­gidos, como disse-o publicamente, socorreu-se do argumento de sua fonte de Poder, que foi o povo eleitor. Realmente, só que o povo sempre tem razão, ou porque está bem-informado ou porque está desinformado, como foi o caso, no reinado das fake-News.

Nesse espectro o ficar no Poder, com a eleição ou com o golpe, era a ambição desenfreada, para a qual o dinheiro público é mero instrumento de compra de consciência e de voto, especialmente de quem mais necessita, para não se lembrar das engordadas emendas parlamentares, que emagrecem qualquer planejamento racional das políticas públicas. É verdade. A enganação eleitoral da política de preços do petróleo tinha prazo curto, era o do término da eleição.

E essa ousadia inusitada aparece no rombo deixado na Caixa Econômica Federal, em torno de aproximadamente sete bilhões de Reais, destinado ao programa do Auxílio Brasil, mas sem condicio­nantes, entre o primeiro turno e o segundo turno da eleição, que na google aparece assim:

“Em busca desesperada pela reeleição, Jair Bolsonaro abriu um rombo bilionário nas contas da Caixa Econômica Federal

Ajudado pelo presidente do banco Pedro Guimarães, demitido por acusações de assédio, Bolsonaro criou duas linhas de crédito. Até as eleições, a Caixa liberou R$ 10,6 bilhões para 6,8 milhões de pessoas. No entanto, Bolsonaro não conseguiu se reeleger e o resul­tado foi um enorme calote nas contas do banco”.

A rigor, essa distorção que instrumentaliza o poder político e financeiro do Estado é mais um ponto da degradação institucional, que o amigo de chefes das milicias do Rio de janeiro promoveu no período em que a mediocridade foi apresentada como talento novo.

Se a lei eleitoral procura punir a intervenção do “poder eco­nômico” privado no processo eleitoral, o que dizer desse volume de dinheiro público esparramado na praça brasileira, procurando beneficiar o candidato da situação.

Anteriormente, em seu início, o programa “Bolsa Família”, era criti­cado por ser indireta “compra de voto”. No entanto, o tempo demonstrou ser uma política de redenção social, adotada em outros países, através de uma mobilidade social incentivada, que movimentava o comercio e, por consequência, a indústria, ajudando as famílias a se manterem de pé com seus filhos nas escolas. A estatística revela como muitos e muitos conseguiram emprego e trabalho, e se desligando do programa.

Comparando-se aquela política com essa gastança desenfreada de dinheiro público em período estritamente eleitoral mostra quão distorcida era a narração do governo psicopata, na qual o xingamen­to e o palavrão foram introduzidos nos discursos como virtude da espontaneidade, quando na verdade estampa despreparo e pequenez da alma e do caráter.

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