Vice-líder do Grupo 1 do Campeonato Paulista Sub-20, jogadores do Botafogo se rebelaram contra o clube por atraso nos salários e um parte do elenco se recusou a treinar. Ao menos 12 deles se insurgiram e decidiram ficar de fora das atividades, na tarde desta terça-feira, no estádio Santa Cruz. O atraso no pagamento foi confirmado pelo presidente Gerson Engrácia Garcia. “O salário estava atrasado há seis dias quando eles fizeram isso”, disse o indignado mandatário, ao afirmar que “alguns” não deverão permanecer no clube. “Eles ganharam o Come-Fogo e acham que estão com a bola toda. Precisam aprender com a vida”, ponderou.
O presidente disse que o clube passa por dificuldades financeiras e que a prioridade é conseguir recursos para primeiro pagar os salários de cerca de 30 funcionários, também em atraso. “A desclassificação na Série C trouxe problemas de caixa, mas estamos fazendo o possível para regularizar a situação. Agora, se tem jogador em início de carreira achando que pode ir para o Real Madri, onde não falta dinheiro, não há nenhum problema algum, pode ir”, disse.
Gerson Engracia reconhece que o correto é pagar em dia, mas que um atraso de menos de uma semana não justifica a atitude. “Quem não conseguir entender essa situação, melhor é não permanecer no Botafogo”, afirmou.
Na opinião do presidente, gestos como esses podem comprometer a vida de jovens atletas no futuro, quando pleitearem oportunidades em outros clubes. Ele até simulou um diálogo entre um dos grevistas e um suposto dirigente:
– O senhor veio de onde, pergunta o dirigente imaginário.
– Do Botafogo, de Ribeirão Preto, responde o atleta.
– Ah! O senhor fez parte da greve pelo atraso de pagamento na categoria sub-20? Desculpe, mas o senhor não serve para o nosso clube.