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Jogador de grife

FOTOS: ALFREDO RISK/JORNAL TRIBUNA

Destaque do time do Co­mercial que conquistou o acesso para a Série A3 em 2018, o meio-campista Ma­theus China, 24 anos, hoje se­gue sua vida numa realidade bastante distante do futebol. “Aposentado” dos gramados por conta de uma lesão grave no joelho, o jovem ex-joga­dor agora se aventura como empresário.

“Chininha”, como era chamado carinhosamente pelos companheiros e tor­cedores do Leão do Norte, trocou os dribles e gols pelas roupas e acessórios da loja “Pokas Store”, localizada no bairro da Vila Virginia, em Ribeirão Preto.

Longe dos gramados des­de 2019, quando defendeu o XV de Jaú na “bezinha” daquele ano, China afirma estar feliz em sua nova pro­fissão e reitera a importân­cia de encontrar uma novo caminho para se manter.

Aposentado, Matheus China hoje é dono de uma loja de roupas na Vila Virginia

“Minha vida mudou com­pletamente. É uma rotina completamente nova e eu estou muito feliz com esse novo desafio. É algo que vem garantindo o meu sustento durante essa pandemia. Aqui eu encontrei a possibilidade de seguir buscando o que eu almejo. É trabalhoso, mas estou muito motivado por esse novo projeto de vida”, afirmou China em entrevista exclusiva ao Tribuna.

O ex-meio-campista pre­cisou abandonar os grama­dos por conta de um proble­ma grave na cartilagem do joelho esquerdo.

“Meu joelho começou a doer no final do Campe­onato Goiano de 2019. Lá começou o meu drama. Eu renovei com o Anápolis, mas as dores não eram tão fortes. Fui emprestado ao XV de Jaú para ficar um pe­ríodo de três meses e depois ir para Portugal. Com 10 dias de treinamento em Jaú as dores foram ficando mui­to fortes, eu não conseguia treinar, até fiz alguns jogos, fiz exames, mas nada foi de­tectado”, relembrou China.

“Resolvi pedir dispensa do clube, fui tratar em casa, mas depois de dois meses as dores continuaram e eu voltei para Goiás. Lá foi identifica­do que eu tinha um problema de cartilagem, porém, o trata­mento correto não foi aplica­do de forma imediata. Cinco meses depois do começo das dores é que eu fui conseguir operar. Depois foram mais cinco meses de recuperação, um período muito dolorido, até que eu comecei a voltar a viver normal, colocar o pé no chão. Porém, para ter uma rotina de atleta profissional, não dava. Após um ano de ci­rurgia eu ainda sentia muitas dores, então foi ai que eu de­cidi abrir a loja”, completou.

Feliz no novo ramo, o ex-jogador fala sobre as dificuldades que passou

Tranquilo com sua deci­são, China afirma ter optado por parar de jogar por conta da dura missão de ter que re­começar no mundo da bola. Para ele, que tinha expecta­tiva de estar no auge aos 24 anos, aceitar atuar por times de divisões inferiores não se­ria o ideal.

“Minha decisão de parar de jogar aconteceu por que o futebol é muito difícil. Não é aquilo que a gente vê na televisão, é muito sofrimen­to, uma luta diária grande. Salários baixos, atrasados, nós ficamos empregados por alguns meses e depois tem que procurar outras coisas.

Corre o risco de se machucar e estar num clube de estrutura fraca e acabar não tendo um tratamento adequado. São vários moti­vos que me levaram a tomar essa decisão, mas o princi­pal foi ter essa lesão no mo­mento da minha ascensão. Eu tinha a expectativa de estar no meu auge aos 24 anos. Entre recomeçar, ter que passar por tudo isso de novo e buscar meu espaço, eu preferi parar”, disse.

Matheus China foi o camisa do Comercial na campanha do acesso em 2018

Com passagens por clubes como Bahia, Taquaritinga, Ferroviária, XV de Jaú e Co­mercial, onde viveu o melhor momento de sua carreira, China garante que se rece­besse uma boa proposta para voltar, pensaria, mas não te­ria certeza do retorno.

“Caso eu tivesse uma proposta boa para voltar, eu acredito que pensaria muito, mas não posso garantir que iria aceitar. Foram 10 anos da minha vida dedicada ao fute­bol. Houve um momento em que eu era desejado por mui­ta gente, mas a partir do mo­mento que eu me machuquei, essas mesmas pessoas deram as costas para mim, não me deram oportunidade. Então isso me faz pensar muito so­bre voltar ou não”, finalizou.

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