O jequitibá-branco “gigante” e com décadas de existência, localizado em um condomínio na Estrada da Limeirinha, em Bonfim Paulista, distrito de Ribeirão Preto, já passou por poda e o tronco deve ser extraído em breve. Apesar das queixas de ambientalistas, a prefeitura diz que a árvore já estava condenada.
Em nota enviada ao Tribuna há cerca de dez dias, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente informava que o “jequitibá–branco com aproximadamente 720 metros quadrados de copa e aproximadamente dez metros de altura, sofreu a queda de dois galhos de grandes dimensões ( aproximadamente mil quilogramas cada).”
“Tais quedas ocasionaram uma lesão do tronco, que , apesar de ter sido tratada com fungicidas naturais e usados na agricultura orgânica, continuou a apresentar evolução da podridão do alburno e cerne do exemplar arbóreo”, diz o comunicado da pasta.
“A árvore tem sido monitorada desde o ano de 2021 quando ocorreu a primeira queda de um dos grandes galhos e, e posteriormente por um gestor ambiental contrato pelo condomínio que monitora regularmente a árvore e diante do diagnóstico pouco favorável das lesões e devido a segunda queda de galhos, no ano de 2022, a Associação dos Amigos do Residencial Fontana realizou a abertura de um protocolo junto a Secretaria de Meio Ambiente”, prossegue.
Segundo a pasta, no relatório técnico ambiental a associação de moradores do residencial relata problemas estruturais na árvore. Após a primeira vistoria, foi levada em consideração ações para a manutenção do exemplar. “Posteriormente, um novo relatório foi apresentado pela associação, reafirmando a necessidade de extração devido a evolução do processo degenerativo dos galhos superiores.”
A Secretaria do Meio Ambiente realizou uma nova vistoria para reanálise do caso, onde foi corroborada a necessidade de extração. “A medida considerou a sintomatologia, tais como a presença dos ponteiros secos dos ramos e tecidos mortos no caule, indicando a senescência da árvore”, diz.
Ressalta que extração é necessária por causa da “localização e destinação onde o exemplar se encontra, como a proximidade das residências do entorno”. Para autorizar o serviço, a pasta ainda cita que “considerou o momento climático de grande mudança com eventos e fenômenos cada vez mais agressivos e imprevisíveis; resguardando a segurança dos moradores.”
Reinaldo Romero, ativista ambiental e coordenador da campanha de arborização “Tá Com Calor? Plante Árvores” da Associação Cultural e Ecológica Pau Brasil, suspeita que o progresso matou o espécime. “Acredito que a árvore tenha adoecido por conta de muros que foram construídos em seu entorno e atingiram as raízes. Mas não há um diagnóstico preciso”, salienta Romero.