O deputado federal reeleito Jean Wyllys (PSOL-RJ) publicou em sua conta no Twitter um agradecimento a seus apoiadores. “Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé!”. A mensagem veio na sequência da informação de que ele está deixando seu mandato e se mudando do País por estar sofrendo sucessivas ameaças de morte.
Ainda no Twitter, Wyllys comentou o motivo da mudança: “Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores”, escreveu. Jean Wyllys foi o primeiro parlamentar assumidamente gay a defender a causa LGBT no Congresso Nacional. Ele alcançou projeção nacional após vencer o reality show Big Brother Brasil, da TV Globo. Também na sua conta do Twitter, o deputado federal fixou um post de abril de 2018 com um vídeo mostrando ameaças de morte a ele pelas redes sociais, além de acusações de pedofilia e pornografia infantil.
O vídeo também associa a vereadora carioca assassinada, Marielle Franco, do mesmo partido de Jean, como personalidade política que também sofreu ameaças de morte. Em resposta, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) postou em seu perfil no Twitter a mensagem “Grande dia!”. Seu filho, o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, escreveu “Vá com Deus e seja feliz!”. Por outro lado, políticos de partidos de esquerda têm mostrado apoio a Jean em suas postagens.
O vereador David Miranda (PSOL-RJ), de 33 anos, vai assumir a vaga deixada por Jean Wyllys. Assim como o parlamentar que renunciou, Miranda, casado há 14 anos com o jornalista americano Glenn Greenwald, carrega a bandeira LGBT. Já o deputado Capitão Augusto (PR-SP) anunciou sua desistência de concorrer à presidência da Câmara. Em nota, ele afirmou que irá seguir a orientação de seu partido e apoiar o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).