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JARDIM DAS PEDRAS – Associação denuncia dupla cobrança

Maior condomínio de Ribei­rão Preto, com cerca de seis mil moradores, o Jardim das Pedras, no Jardim Paulista, Zona Leste, um conjunto com 13 prédios e 1.248 apartamentos, volta para o noticiário policial três anos de­pois do fim da intervenção judi­cial determinada para por fim à briga entre grupos de moradores pelo poder no residencial.

A Associação dos Moradores do Parque Residencial Jardim das Pedras, presidida por Edna Sueli Ignácio, ingressou com pe­dido de instauração de inquérito policial, no 8º Distrito de Polícia Civil, e de procedimento inves­tigatório criminal no Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), para apurar denúncias de apro­priação indébita, estelionato e associação criminosa.

A entidade acusa o atual síndico,Vitor Luis Lobo da Sil­va, cuja gestão teve início de 1º de janeiro de 2017, de ser o autor dos supostos crimes. Entre as denún­cias, a principal delas é a cobrança da conta de água em duplicidade. Cada prédio tem um hidrômetro instalado pelo Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Daerp), que mede o fluxo que sobe para a caixa d’água.

Cada apartamento, por sua vez, tem o seu próprio hidrôme­tro, cuja leitura é feita por uma empresa terceirizada. A associa­ção dos moradores juntou ao pedido de instauração de inqué­rito comprovantes de que no bo­leto de cobrança do condomínio aparecem dois valores distintos – um, maior, relativo ao consumo de água do prédio, na faixa de R$ 2 mil a R$ 4 mil, e outro menor, correspondente ao consumo in­dividualizado de cada moradia.

De acordo com a representa­ção da associação, a duplicidade ocorre há cerca de dez anos. Na estimativa da entidade, desde o fim da intervenção judicial, há cerca de três anos e meio, até agora essa cobrança irregular te­ria obrigado os moradores a de­sembolsar cerca de R$ 2 milhões a mais – e agora eles pedem o ressarcimento. Na representação, explica o que chama de “mano­bra engendrada pelo sindico”:

“Lança contabilmente a to­talidade de todos os valores re­ferentes a água e esgoto junto ao demonstrativo de despesas no campo denominado de débitos de consumos, o qual é rateado entre todos os 1.248 apartamen­tos. Usa o pretexto da individu­alização da água para inserir em cada um dos 1.248 boletos de pagamento da conta de condo­mínio a quantidade de água con­sumida por cada apartamento”.

Outra denúncia diz respeito à não prestação de contas anual, como determina a legislação. De acordo com a associação, desde o fim da intervenção judicial, há pouco mais de três anos, passa­ram pela conta do condomínio mais de R$ 19 milhões, e o síndi­co nunca teria apresentado uma prestação de contas.

O Tribuna entrou em contato nesta segunda-feira, 12 de março, com o escritório do Condomínio Jardim das Pedras, pedindo para falar com o síndico Vitor Luis Lobo da Silva, e foi informado que ele passa a semana trabalhando fora de Ribeirão Preto, onde só pode ser encontrado nos finais de sema­na. O celular do síndico informado pelo escritório não atendeu às liga­ções feitas pela reportagem. A ad­ministração do condomínio tam­bém informou que o supervisor que atende na ausência do síndico encontra-se em férias.

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