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Janot diz que quase matou Gilmar Mendes

Relator de um inquérito que apura ameaças, ofensas e fake news contra membros do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes atendeu aos pedi­dos do ministro Gilmar Men­des para suspender o porte de arma do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e impedi-lo de acessar os edifí­cios do STF. Para Moraes, há “sérios indícios” de que Janot teria cometido delitos ao afir­mar que pensou em matar Gil­mar com uma pistola e depois cometer o suicídio.

A decisão de Moraes – que também impediu Janot de aproximar-se a menos de 200 metros de qualquer um dos ministros do STF – foi toma­da após o ex-procurador-geral da República dizer que foi ao Supremo, armado, em 2017, e pensou em matar Gilmar Mendes, seu desafeto. Ao au­torizar a busca e apreensão na casa e no escritório de Janot, Moraes disse que o objetivo da medida era verificar a “eventu­al existência de planejamento de novos atos atentatórios” contra Gilmar.

A Polícia Federal apreen­deu uma pistola em um en­dereço de Janot. Os federais fizeram buscas no escritório de advocacia e na residência do ex­-procurador-geral em Brasília. “Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar”, afirmou Janot em entrevista na noite de quinta-feira (26), ao anunciar o lançamento de um livro autobiográfico.

Janot disse que foi ao STF armado, antes da sessão, e en­controu Gilmar Mendes na antessala do cafezinho da Cor­te. “Ele estava sozinho”, disse. “Mas foi a mão de Deus. Foi a mão de Deus”, repetiu o pro­curador ao justificar por que não concretizou a intenção. “Cheguei a entrar no Supremo (com essa intenção)”, relatou. “Ele estava na sala, na entrada da sala de sessão. Eu vi, olhei, e aí veio uma ‘mão’ mesmo”.

“Há sérios indícios de delitos que teriam sido pra­ticados por Rodrigo Janot Monteiro de Barros (…), cujos endereços e qualifi­cação foram devidamente confirmados, tipificáveis, em tese e a um primeiro exame no art. 286 (incitação ao crime) e nos arts. 18, 22, 23, 26 e 27 da Lei 7.170/1983 (ofender a integridade cor­poral ou a saúde de auto­ridades)”, escreveu Moraes, destacando que o próprio Ja­not narrou o “ardiloso plano” por ele perpetrado.

“O quadro revelado é gravís­simo, pois as entrevistas conce­didas sugerem que aqueles que não concordem com decisões proferidas pelos ministros desta Corte devem resolver essas pendências usando de violência, armas de fogo e, até, com a prática de delitos contra a vida”, observou o ministro.

Ao impedir Janot de visi­tar os edifícios do STF (além da sede, há dois anexos) e se aproximar de ministros da Corte, Moraes justificou que a medida cautelar era necessária para evitar a “prática de novas infrações penais e preservar a integridade física e psicológica dos ministros, advogados, ser­ventuários da justiça e do pú­blico em geral” que frequenta diariamente o STF.

Moraes também determi­nou o recolhimento imediato de depoimento de Janot, “salvo se houver recusa”, “por trata-se de direito do investigado ao si­lêncio.” A Associação Nacional dos Procuradores da República manifestou repúdio à ordem do STF que determinou buscas na casa de Rodrigo Janot. Em nota, ainda ataca o que classi­fica como “oportunismo” do ministro Gilmar Mendes. Tam­bém condenam as declarações do ex-procurador-geral.

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