Tribuna Ribeirão
Política

Jair Bolsonaro fecha com o PL

MARCELLO CASAL JR./AG.BR.

O presidente Jair Bolsonaro bateu o martelo e decidiu dis­putar a reeleição pelo Partido Liberal (PL), em 2022. A filia­ção ocorrerá ainda neste mês e representa sua nona mudança de sigla desde que ingressou na política, em 1988. Ele prefe­riu o PL ao Progressistas (PP), com quem vinha negociando, por avaliar que terá ali mais autonomia para influenciar nas decisões da Executiva e nos diretórios regionais do que teria em outra legenda.

Presidente nacional e “dono” do PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto confir­mou ter conversado nesta se­gunda-feira, 8 de novembro, com Bolsonaro, que avisou já ter comunicado sua deci­são ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. O próprio pre­sidente admitiu sua chegada ao partido em conversa com apoiadores. “Talvez saia essa semana”, disse.

“Ele disse para mim que falou com o Ciro hoje. E que o Ciro entendeu. Então, va­mos tocar para frente o as­sunto e ver quando vamos fazer essa filiação”, afirmou Costa Neto. Ciro Nogueira é o presidente do PP, mas se li­cenciou da função, e também da cadeira de senador, quan­do foi nomeado para a Casa Civil, no fim de julho.

Mesmo assim, é ele quem conduz as negociações mais im­portantes do partido. “O presi­dente me informou que conver­sou com o Ciro e que falou com os outros partidos. Porque ele tem de se entender com todos. E nós temos de nos entender para que todos sejam aten­didos. Porque política é isso”, destacou Costa Neto, um dos personagens centrais do escân­dalo do “mensalão”, em 2005.

Mais cedo, o próprio Bolso­naro afirmara à CNN que esta­va “99% fechado” com o PL e que se reuniria com a cúpula do partido na próxima quar­ta-feira (10), a fim de acertar os detalhes da filiação. “A chance de dar errado é quase zero”, disse Bolsonaro à CNN. Se não houver imprevistos, a ideia é fazer a cerimônia de filiação de Bolsonaro no dia 22, justamen­te por ser este o número do PL e também o ano da eleição.

Na negociação para entrar no PL, Bolsonaro tem se preo­cupado em amarrar um acerto político pelo qual os partidos mais próximos de seu governo, como o Progressistas e o Re­publicanos, também integrem a aliança para a campanha da reeleição. Na disputa de 2018, o então candidato do PSL se referia a essas legendas como “velha política”.

Agora, no entanto, o par­tido de Ciro Nogueira poderá ter o vice na chapa encabeçada por Bolsonaro. Mas o nome deverá ser indicado de comum acordo com o presidente. Des­de novembro de 2019 Bolso­naro está sem partido. Após ter brigado com o comando do PSL, ele tentou fundar o Alian­ça pelo Brasil, mas não conse­guiu as assinaturas necessárias para formalizar a sigla no Tri­bunal Superior Eleitoral (TSE).

Tentou, então, entrar em vários outros partidos, como Republicanos, PRTB e Patrio­ta, mas enfrentou uma série de obstáculos porque sempre apresentava a exigência de mandar no partido, inclusive no caixa. Principal partido do Centrão, o PP também abriga o presidente da Câmara, Ar­thur Lira (AL).

Porém, diretórios do par­tido no Nordeste – como os da Bahia e de Pernambuco – pretendem apoiar candidatos do PT aos governos estaduais e devem fechar acordo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que hoje lidera as pes­quisas de intenção de voto para a sucessão de Bolsonaro.

Além disso, em São Paulo o PP é alinhado com o governa­dor João Doria e planeja aderir à campanha do vice-governa­dor Rodrigo Garcia ao Palácio dos Bandeirantes. No PL, a instância de poder é centrali­zada em Costa Neto. Assim, o partido tem menos resistên­cias à entrada de Bolsonaro em seus quadros.

O PL tem 43 deputados fe­derais, quatro senadores, um governador (Cláudio Castro, do Rio de Janeiro), 345 pre­feitos, 46 deputados estadu­ais, 3.467 vereadores, Fundo Eleitoral de R$ 117,6 milhões em 2020 e Fundo Partidário: de R$ 45,7 milhões em 2020, oitavo lugar.

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