Após dois anos sem partido e meses de tratativas, o presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira, 30 de novembro, sua filiação ao Partido Liberal – o nono de sua carreira política – e, agora, já tem sigla para disputar a reeleição em 2022.
A entrada na legenda comandada por Valdemar Costa Neto, ex-deputado federal condenado e preso no escândalo do mensalão, sela o casamento do presidente Jair Bolsonaro, eleito em 2018 na esteira da antipolítica, com o Centrão.
O ato de filiação ocorreu no Dia do Evangélico, no Complexo Brasil 21, em Brasília, e contou com a presença de parlamentares e titulares da Esplanada. O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o senador Flávio Bolsonaro, filho “zero um” do presidente, também se filiaram ao PL.
No discurso de posse, Bolsonaro agradeceu Costa Neto pela “confiança”, mas ponderou que a escolha do partido “não foi fácil”. “Obviamente isso nos deixa bastante felizes. Sinal de que somos queridos. Não podemos agradar a todos, mas fazemos o possível”, declarou o presidente. “Nenhum partido será esquecido por nós”, garantiu. “Queremos composição nos Estados”.
O presidente ainda voltou a elogiar o ministro do STF Kassio Nunes Marques, indicado por ele à Corte – “um ministro que tem feito o seu trabalho” – e reiterou elogios ao seu nome para a vaga em aberto, André Mendonça. “André conversou com todos os senadores”, afirmou.
Em seguida, o chefe do Executivo declarou que nunca vai apresentar uma proposta para controlar a mídia ou as redes sociais. Bolsonaro encerrou seu discurso entoando o lema de 2018: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
Terceiro maior partido da Câmara, com 43 deputados, o PL teve um fundo eleitoral de R$ 117,6 milhões em 2020 para financiar campanhas e um fundo partidário de R$ 45,7 milhões, no mesmo ano. Com a saída de Flávio Bolsonaro do Patriota – partido onde ficou apenas seis meses – e a migração para o PL, a legenda passará a ter cinco senadores.