Tribuna Ribeirão
Cultura

Jacque Falcheti e Flávio Vasconcelos lançam segundo disco

FOTO: LUCAS PARDAL

“Passim II”, o segundo dis­co de Jacque Falcheti e Flávio Vasconcelos – que formam o duo Passim -, será lançado nas plataformas digitais nes­ta sexta-feira (18) e apresenta um mosaico de influências do mundo ibérico na cultura bra­sileira. Em uma atmosfera mo­vida pela saudade além-mar, pelas cantigas, pelo imaginário de trovadores e navegantes, o álbum cria e recria pontes transatlânticas. O show virtual de lançamento do CD acontece no mesmo dia, às 20h, no canal do grupo no YouTube (www. youtube.com/duopassim).

Com direção musical de Andrea dos Guimarães, o ál­bum “Passim II” foi gravado em sexteto. Na formação composta por músicos do interior paulista, Jacque Falcheti (voz e pandeiro) e Flávio Vasconcelos (arranjos, violão e voz) são acompanhados por Melina Cabral (vibrafone, percussão), Jonas Moncaio (vio­loncelo), Rodrigo Müller (corne inglês, oboé, flauta) e Rui Klei­ner (bandolim). O álbum é uma realização do Governo do Esta­do de São Paulo, por meio da Se­cretaria de Cultura e Economia Criativa, e faz parte do projeto Passim, premiado pelo ProAC (Programa de Ação Cultural).

Neste projeto, a intenção artística foi a de homenagear uma importante raiz da cultu­ra brasileira: o universo ibérico e a sua miscigenação de sécu­los, que ainda passa distante de entendimentos das suas conexões com outros povos do mundo, e com a própria for­mação do povo brasileiro.

Todo repertório e as inter­pretações do novo disco reme­tem a uma imersão pessoal de Flávio e Jacque, que começou há cinco anos, durante uma re­sidência artística em Portugal. Essa experiência resultou no lançamento do primeiro CD “Passim”, lançado em 2016, com composições de Flávio e produ­zido pelo Musibéria (Centro In­ternacional de Música e Danças do Mundo Ibérico), na cidade portuguesa de Serpa.

“Foi um mergulho no passado, mas com os nos­sos olhos, a nossa perspec­tiva desse mundo ibérico de tantos povos, não só os por­tugueses e espanhóis, mas árabes, mouros, africanos, seguindo esse mar, esse ca­minho, essa navegação. En­quanto a gente fechava um ciclo (primeiro disco), um novo caminho foi se abrindo para o ‘Passim II’”, explica Ja­cque.

Durante suas turnês no exterior, Jacque e Flávio se encantaram com as seme­lhanças e simetrias do fado com a música caipira e com o choro, do flamenco espa­nhol e dos cantos alentejanos portugueses com as cantorias nordestinas dos repentes. “A gente frequentava as casas de fado portuguesas, conversava com os músicos, e essa expe­riência ibérica trouxe muitas inspirações. De certa ma­neira, tudo isso nos estimu­lou para a criação de outros elementos para os próximos passos musicais”, comple­menta a cantora.

Assim nasce “Passim II”, um álbum que ressignifica contextos históricos através da poesia musical, tocada e cantada, bem como da apro­ximação da canção popular com a música erudita, com estilos da música popular interpretados com uma for­mação inusitada onde todos os arranjos são escritos. “A nossa formação em sexteto tem instrumentos musicais acústicos de origem clássica, mas costumamos dizer que tocamos ‘música camerística popular brasileira’”, reforça Flávio.

Para a diretora musi­cal Andrea dos Guimaraes, acompanhar a construção do novo álbum do duo encheu seu coração de esperança e reflexão de que, apesar das dificuldades de se fazer mú­sica no Brasil, bons ventos sempre estarão por vir. Ela destaca a seriedade e a pro­fundidade com que Jacque e Flávio exercem esse ofício, estampadas em cada etapa do disco.

“O cuidado com a escolha do repertório, na poética das le­tras, na beleza contada por cada arranjo elaborado, na singula­ridade da formação camerísti­ca, que rompe delicadamente com a divisão erudito-popular. Na interpretação do canto, que passeia livre e intensamente por melodias complexas, valori­zando cada palavra. Nas cordas do violão que, com presença e propriedade, preenche, abraça e reverencia a cultura brasileira e sua influência ibérica. O álbum novo ‘Passim II’ nos faz flutuar por paisagens, estórias, memó­rias, lindas melodias, timbres marcantes e muito sentimento”, diz Andrea.

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