Após o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmar que a operação militar em Jenin, cidade no norte da Cisjordânia, estava no fim, cinco foguetes foram disparados da Faixa de Gaza contra Israel nesta quarta-feira, 5 de julho, aumentando os temores de uma escalada de violência.
Autoridades israelenses afirmaram que o sistema de defesa aérea do país interceptou todos os foguetes e ninguém ficou ferido. Em retaliação, os israelenses lançaram foguetes contra alvos na Faixa de Gaza. Na terça-feira (4), oito pessoas ficaram feridas em Tel Aviv após um homem palestino atropelar e esfaquear pessoas perto de um ponto de ônibus.
Uma mulher grávida ficou ferida e perdeu seu bebê, informou a televisão israelense. Outras três pessoas estão em estado grave. O agressor foi morto no local por um civil que estava armado. Após dois dias da maior operação militar israelense na Cisjordânia em duas décadas, doze palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde palestino.
Quatro tinham menos de 18 anos e pelo menos cinco foram reivindicados por grupos militantes palestinos como combatentes. Além disso, 120 pessoas ficaram feridas. Um porta-voz das Forças de Defesa de Israel também disse no Twitter que um soldado foi morto “por tiros” durante a operação militar na noite de terça-feira.
“Não vai ser a única vez que vamos fazer uma operação em Jenin”, afirmou Netanyahu quando as tropas começaram a retirada na noite de terça-feira. “Não permitiremos que Jenin volte a ser uma cidade de refúgio para o terrorismo.” A operação militar em Jenin e o ataque em Tel Aviv aumentaram a sensação de incerteza e tensão na região, depois que o governo mais direitista da história de Israel assumiu o poder há seis meses.
Os líderes do governo de coalizão prometeram expandir os assentamentos judaicos em território ocupado e lançar uma resposta mais dura à violência, enquanto a Autoridade Palestina perdeu cada vez mais o controle dos focos de militância na Cisjordânia.
Operação
Líderes do Hamas e da Jihad Islâmica também emitiram declarações indicando vitória, à medida que surgiram sinais de que as tropas israelenses poderiam estar se retirando. Jenin é um bastião dos grupos militantes Jihad Islâmica e Hamas, além de abrigar novas milícias armadas que surgiram e não respondem às organizações estabelecidas, e a área tem sido fonte de dezenas de ataques a tiros contra israelenses, de acordo com dados militares israelenses.
Israel lançou a operação na tarde de segunda-feira (3) com ataques aéreos de drones. Os ataques foram o uso mais intensivo do poder aéreo no território ocupado em cerca de duas décadas. O principal porta-voz militar de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, disse na terça-feira que 120 homens procurados foram presos e estavam sendo interrogados pelos serviços de segurança.
De acordo com a Cruz Vermelha, cerca de 3.000 palestinos fugiram do campo durante a noite, buscando abrigo com familiares fora do campo. Os militares israelenses também suspeitaram que alguns combatentes haviam fugido durante a noite, segundo a mídia israelense. Até agora, 2023 está a caminho de se tornar um dos anos mais mortais para os palestinos, com mais de 150 mortes.