Alvo de operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta segunda-feira, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), tinha a chave do “bunker” em que foram encontrados R$ 51 milhões. Foi isso o que informou o dono do imóvel, Sílvio Silveira, em depoimento à PF em 5 de setembro.
“Que considerando a amizade (que tem com Lúcio), o declarante concordou prontamente (com o pedido de Lúcio para emprestar o apartamento), chegando à unidade 202 juntamente com Lúcio para lhe mostrar o apartamento e lhe entregar a chave”, disse.
Na mesma data, Patrícia Santos Queiros, administradora do condomínio onde fica o apartamento, relatou à PF “que Sílvio tem alguma relação com os irmãos não sabendo se apenas profissional ou de amizade, que o que já viu foi Sílvio ligando para os irmãos para, por exemplo, pedir que vias sejam pavimentadas em acessos a empreendimentos que as empresas do grupo do qual Sílvio faz parte fizeram a construção”.
Patrícia contou ainda que, pelo que sabe, não havia “qualquer tipo de cobrança de aluguel pelo empréstimo do imóvel”.
Outro documento que liga Lúcio ao imóvel é uma fatura em nome de Marinalva Teixeira de Jesus, empregada doméstica dele, encontrada no apartamento onde o dinheiro estava guardado.
Digitais do assessor – A Polícia Federal também encontrou, no apartamento, digitais de Job Ribeiro Brandão, secretário parlamentar lotado no gabinete do deputado Lúcio Vieira Lima.
A operação que ocorreu nesta manhã cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete do deputado na Câmara, e Brandão também foi um dos alvos. A ação tinha relação justamente com o ‘bunker’ descoberto em julho.
Antes, já tinham sido identificadas também as digitais de Geddel, que está preso desde então, e do ex-diretor-geral da Defesa Civil, Gustavo Ferraz.