Tribuna Ribeirão
Ciência e Tecnologia

Irlanda questiona privacidade do smart glass do Facebook

Um órgão de regulamentação de privacidade da Irlanda questionou se o Ray Ban Stories, o smart glass do Facebook em parceria com a fabricante de óculos EssilorLuxottica, é realmente eficiente em informar às pessoas que estão sendo captadas pelo dispositivo.

A Comissão de Privacidade de Dados da Irlanda (DPC) apontou dúvidas se a lâmpada LED do dispositivo possui dimensões e iluminação adequada para informar o entorno que está gravando ou tirando fotos. A instituição que é a regulamentadora do Facebook na União Europeia, divide as mesmas preocupações de outro órgão de vigilância de dados, a italiana Garante.

“Com os óculos, há um indicador muito pequeno que liga quando a gravação está acontecendo. Não foi demonstrado à DPC e a Garante que testes elaborados em campo foram feitos pelo Facebook ou pela Ray-Ban para garantir que uma lua LED é o suficiente para avisar da gravação,” avisa a instituição em declaração.

O questionamento vem do fato do Facebook não informar nenhum teste ou avaliação para o mecanismo, nem de responder às questões levantadas pela Garante no dia 10 deste mês. A reguladora italiana emitiu um comunicado exigindo da rede social as adequações do smart glass à legislação europeia de privacidade.

Óculos inteligentes podem invadir privacidade de outros

A preocupação da Irlanda é que o smart glass do Facebook infrinja a privacidade do entorno do usuário. Os óculos inteligentes, que permitem tirar fotos, vídeos e ouvir música, também permite publicações diretamente na rede social através de um app exclusivo.

“Enquanto é aceitável que muitos mecanismos, incluindo smartphones, podem gravar terceiros, geralmente nestes casos a câmera ou telefone está visível enquanto a gravação está sendo feita, logo fazendo as pessoas cientes de estarem sendo gravadas”.

As instituições avisam que o comunicado é uma campanha de informação para a rede social se conscientizar a respeito. O Facebook ainda emitiu declarações oficiais sobre o assunto.

Via Reuters

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