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Irã trabalha para manter a Europa no acordo nuclear em meio a incertezas

O Irã está tentando manter a Europa a seu lado enquanto surgem dúvidas sobre o futuro de seu acordo nuclear com potências ocidentais e suspeita de ataques aéreos israelenses em suas bases na Síria.

Sem opções militares, o Irã parece estar calibrando sua resposta à crescente pressão diplomática e militar dos EUA e seus aliados, Israel e Arábia Saudita. O objetivo de Teerã é diminuir a capacidade do governo do presidente americano, Donald Trump, de impor novamente sanções, manter sua influência na Síria e evitar uma guerra regional mais ampla, disseram analistas.

Trump definiu o prazo final de 12 de maio para decidir se vai ou não adiar o acordo, que suspendeu a maioria das sanções ao Irã em troca de cortes em seu programa nuclear. Trump, Israel e alguns líderes europeus expressaram alarme sobre o programa de mísseis balísticos do Irã e sua influência em conflitos na Síria e no Iêmen, que não são cobertos pelo acordo.

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, passou uma hora ao telefone com o presidente francês, Emmanuel Macron, no domingo, classificando o acordo nuclear de “não-negociável”, segundo a mídia estatal iraniana. Ele acrescentou que o Irã está “pronto para o diálogo” sobre a estabilidade regional.

Após a apresentação do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na segunda-feira do que ele disse ser uma nova evidência sobre o programa nuclear de Teerã, autoridades iranianas emitiram insultos, mas não fizeram ameaças provocativas que poderiam alienar a Europa, onde o apoio ao acordo nuclear continua alto.

Isso contrasta com respostas anteriores mais fortes do Irã. Depois que os legisladores dos EUA votaram em 2016 para estender a autoridade presidencial para impor sanções ao Irã, o país ordenou que os cientistas desenvolvessem um sistema de propulsão nuclear para os navios. Novas sanções dos EUA contra o programa de mísseis balísticos do Irã nos últimos anos foram recebidas com sanções iranianas contra empresas e indivíduos americanos, apesar de serem em grande parte simbólicos.

O discurso de Netanyahu parece ter sido feito para acabar com a credibilidade do Irã. O líder israelense disse que agentes de inteligência israelenses descobriram uma série de planos iranianos para um programa de armas nucleares, provando que Teerã mentiu ao mundo sobre suas ambições atômicas.

Mas grande parte da Europa não ficou convencida. A França e o Reino Unido afirmaram na terça-feira que as evidências israelenses realmente reforçavam a necessidade do pacto, que proibia qualquer atividade ligada ao desenvolvimento de armas nucleares e delineou inspeções internacionais.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) reiterou que seu relatório de 2015 sobre a história do programa nuclear iraniano não encontrou “indícios confiáveis” de que o Irã esteja desenvolvendo armas nucleares depois de 2009. Fonte: Dow Jones Newswires.

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