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IPTU terá reflexo em 20 mil imóveis

O diretor do Departamento Tributário da Secretaria Muni­cipal da Fazenda, Marcos Fur­quim, enviou nota ao Tribuna para explicar como vai ficar a correção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de Ribeirão Preto com a extinção do limitador que impede reajus­tes acima de 130%. Na sessão da Câmara da última quinta-feira, 23 de novembro, o vereador Alessandro Maraca (PMDB) criticou a proposta e disse que o tributo pode gerar aumento automático de até 400%.

Furquim explica que a re­tirada do limitador recairá em aproximadamente 20 mil imó­veis que usufruem do benefício desde a última revisão da Plan­ta Genérica de Valores (PGV) – aprovada na gestão Dárcy Vera (PSD), em 2012, com reflexo no IPTU de 2013 –, “gerando uma injustiça tributária e dese­quilíbrio da PGV. O percentu­al de aumento varia de imóvel para imóvel, dependendo de sua projeção em relação à Plan­ta Genérica aprovada”, diz. Os reajustes mais pesados devem ser sentidos na Zona Sul.

A polêmica surgiu porque a prefeitura de Ribeirão Preto desistiu de revisar a PGV, mas enviou novo projeto à Câmara com um artigo que extingue a emenda do limitador e outro para barrar uma artimanha uti­lizada por muitos donos de ter­renos, que constroem edículas para deixar de pagar a alíquota do imposto territorial (para ter­renos, de 2,2%) e recolher o pre­dial (para edificações, de 0,6%).

O projeto de revisão da PGV previa reajuste escalonado de 100% no valor do IPTU – 50% no ano que vem, mais 25% em 2019 e 25% em 2020. O secretário mu­nicipal da Fazenda, Manoel Jesus Gonçalves, já havia dito que, com as mudanças, 94% dos imóveis em Ribeirão Preto terão o valor do IPTU de 2018 semelhantes ao do imposto deste ano, e a ar­recadação do município deve ser similar à de 2017 – cerca de R$ 300 milhões.

A Coordenadoria de Comu­nicação Social (CCS) também já confirmou que, para 2018, será aplicado apenas a correção anual de 1,83%, com base no Índice Na­cional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual corresponde à infla­ção acumulada nos últimos doze meses, entre novembro de 2016 e outubro passado – a prefeitura não pode aguardar o INPC de novembro porque a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (Coderp) ain­da tem de rodar os carnês que posteriormente serão distribuí­dos pelos Correios.

Neste ano, o aumento foi de 8,5% com base no INPC medido entre novembro de 2015 e outu­bro de 2016 – no período ante­rior havia sido de 10,33%. Foram emitidos cerca de 305 mil carnês do IPTU. O projeto da Lei Orça­mentária Anual (LOA) entregue à Câmara em 30 de setembro não traz qual o valor seria ar­recadado a mais com a revisão da PGV. A previsão da Fazenda na proposta é que o IPTU gere receita de R$ 349 milhões, ou 9,06% maior que a projeção para 2017, de R$ 320 milhões, aporte de R$ 29 milhões.

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