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IPTU inclui 64.718 na Dívida Ativa

GUILHERME SIRCILI

Levantamento da Secre­taria Municipal da Fazenda a pedido do Tribuna revela que 64.718 contribuintes estão inscritos na Dívida Ativa de Ribeirão Preto por não terem quitado o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) re­ferente a exercícios anteriores a 2023. O valor que a prefeitura tem a receber por estes débitos é de R$ 334.257.566,02.

A Dívida ativa do IPTU re­fere-se ao não pagamento do imposto do imóvel do proprie­tário. A inadimplência pode ocasionar algumas consequ­ências ao contribuinte, como nome negativado, dificuldade de abertura de conta bancária e solicitação de empréstimo.

Em última instância judi­cial pode haver a penhora de bens, e dependendo do valor da dívida, acarretar na perda do bem. Já a inadimplência do imposto em 2023 reve­la que, até este mês de julho, 97.154 munícipes tinham uma ou mais parcelas do tribu­to em atraso. O débito neste caso atinge R$ 64.904.222,84.

Reajuste
O IPTU de 2023 subiu 6,46% em Ribeirão Preto, bem abaixo dos 11,08% do ano pas­sado. O mesmo percentual de correção vale para o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), Imposto sobre Transferência de Bens Imóveis (ITBI), infrações e ta­xas municipais.

O decreto número 264/2022, assinado pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB) e pelos secre­tários Afonso Reis Duarte (Fa­zenda), Antonio Daas Abboud (Governo) e Ricardo Aguiar (Casa Civil, hoje na pasta de Es­portes), foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) de 11 de novembro.

O reajuste previsto em lei tem por base a inflação acumulada em doze meses, entre novembro de 2021 e outubro de 2022 – me­dida pelo Índice Nacional de Pre­ços ao Consumidor (INPC), di­vulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 10 de novembro.

A inflação medida pelo INPC vem sendo usada como base de reajuste há mais de 15 anos. O indexador só não é usado quando há a revisão da Planta Genérica de Valores (PGV). Em 2022, o IPTU e os demais impostos e taxas muni­cipais subiram 11,08%.

Já faz quatro anos que a prefeitura de Ribeirão Pre­to desistiu de revisar a Planta Genérica de Valores (PGV), depois de duas tentativas que foram barradas na Câmara de Vereadores, em 2017 e 2018. Em agosto, por meio de nota, a pasta informou que não pre­tendia revisar a planta.

O reajuste de 6,46% passou a vigorar em 1º de janeiro. Em 2021, o IPTU foi reajustado em 4,77%. Em 2020, o tributo sofreu correção de 2,55% e, em 2019, de 4%. A aplicação do INPC como indexador oficial dos tributos e taxas municipais está prevista em lei.

Em 2012
A Planta Genérica não passa por mudanças desde 2012 – o projeto aprovado começou a va­ler em 2013, com um limitador de 130% aprovado pela Câmara, mas muitos contribuintes rece­beram carnês com aumentos superiores a 500%. No total, fo­ram emitidos 345.658 carnês do tributo deste ano – sendo 304.700 prediais e 40.958 ter­ritoriais. Deste total, 13.555 são digitais. A modalidade está disponível no site da prefeitura (www.ribeiraopreto.sp.gov.br).

Recorde
Para 2023, a Secretaria Municipal da Fazenda esti­ma que o Imposto Predial e Territorial Urbano vai injetar R$ 494.000.000 nos cofres de Ribeirão Preto, aumento de 12,5% e R$ 55.000.000 a mais que os R$ 439.000.000 previs­tos para 2022. A previsão de arrecadação consta da Lei Or­çamentária Anual (LOA).

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