Tribuna Ribeirão
Política

IPM: sindicato impetra mais uma ação judicial

ALFREDO RISK

O Sindicato dos Servido­res Municipais de Ribeirão Preto (SSM/RP) ingressou, na tarde desta quarta-feira, 2 de outubro, com a segunda ação judicial coletiva em um período de três dias, para for­çar a prefeitura e o Instituto de Previdência dos Munici­piários (IPM) a efetuarem o pagamento integral de 2.500 aposentadorias e pensões.

Desta vez, a entidade im­petrou uma “ação de obriga­ção de fazer”, com pedido de antecipação de tutela (limi­nar), para que o IPM, além de efetuar o pagamento integral dos benefícios de setembro, deposite os próximos venci­mentos impreterivelmente no primeiro dia útil do mês subsequente. O depósito par­cial ocorreu na terça-feira, 1º de outubro.

“Diante da materialidade do atraso das aposentadorias e pensões, que aconteceu an­teontem, ingressamos com a segunda ação, desta vez de obrigação de fazer, contra o Instituto de Previdência dos Municipiários”, diz o presi­dente do sindicato, Laerte Carlos Augusto.

“Acreditamos que num prazo curto a Justiça se mani­festará sobre o nosso pedido, pois existe muita maldade no que o governo fez ao escolher uma categoria para parcelar seus pagamentos, causando danos significativos na vida de milhares de pessoas”, res­salta o sindicalista.

Na segunda-feira, 30 de setembro, o juiz Reginaldo Siqueira, da 1ª Vara da Fazen­da Pública, determinou que a prefeitura e o IPM se manifes­tem, dentro de 72 horas, sobre o parcelamento dos benefícios de setembro de 2.500 aposen­tados e pensionistas.

Depois deste prazo, o ma­gistrado decidirá sobre o pe­dido de liminar feito em man­dado de segurança impetrado pelo SSM/RP. A entidade sin­dical recorreu à Justiça para impedir o parcelamento. A Associação dos Municipiários, Aposentados e Pensionistas (Amap) também ingressa­rá com uma ação judicial na tentativa de reverter a medida anunciada pela prefeitura de Ribeirão Preto.

Um grupo de aposentados e pensionistas fez um protes­to na sessão da Câmara de Vereadores, na noite desta terça-feira. Portando cartazes com críticas ao prefeito Du­arte Nogueira Júnior (PSDB), e ao lado de representantes do sindicato, eles foram ao Legislativo pedir apoio aos parlamentares contra a deci­são da administração de par­celar os salários de setembro.

A preocupação é de que a prefeitura atrase ou parcele os próximos pagamentos dos servidores da ativa. Também temem que, com a atual cri­se financeira do município, a situação piore e o décimo terceiro salário não seja pago dentro do prazo. O presidente do Legislativo, Lincoln Fer­nandes (PDT), explicou que, neste momento, o Legislativo não tem dinheiro para efetuar novo repasse, como ocorreu no mês passado.

No ano passado, a prefeitu­ra de Ribeirão Preto atrasou o pagamento do décimo tercei­ro salário. Os trabalhadores da Secretaria Municipal da Educação, Departamento de Água e Esgotos (Daerp), Ser­viço de Assistência à Saúde dos Municipiários (Sassom) e do IPM receberam o 13º em datas distintas. O depó­sito para aposentados e pen­sionistas, no valor integral, foi feito em 20 de dezembro, junto com a primeira parcela dos funcionários em ativida­de – a segunda foi creditada depois do Natal, no dia 27.

Os professores, coordena­dores, diretores de escolas e demais servidores da Secre­taria Municipal da Educação receberam o 13º salário inte­gral em 17 de dezembro. O depósito da primeira parcela para funcionários públicos do Daerp, Sassom e IPM foi efetu­ado em 30 de novembro por­que as autarquias têm receitas próprias. A segunda parte, com os descontos, foi paga no dia 10 de dezembro.

O governo alega falta de recursos para o pagamento integral. Foram atingidos pelo parcelamento 2.500 aposenta­dos e pensionistas com benefí­cios acima de R$ 3,5 mil líqui­dos por mês. O grupo recebeu até este valor na terça-feira e o restante será quitado até o dia 16. Já o depósito para os outros 3.500 com vencimento líquido de até R$ 3,5 mil foi feito inte­gralmente anteontem.

A prefeitura afirma que o parcelamento feito pelo IPM foi necessário porque o gover­no estadual atrasou o repasse de uma das parcelas do Impos­to Sobre Circulação de Mer­cadorias e Serviços (ICMS), mas o Estado garante que o pagamento está em dia. Sem dinheiro em caixa, a prefeitu­ra também não fez o repasse de recursos para complemen­tar a folha de pagamento dos 6.030 aposentados e pensio­nistas – de R$ 39,66 milhões mensais –, inviabilizando o pagamento integral.

Em agosto, a prefeitura também anunciou que iria parcelar o salário do mês de parte dos 9.204 servidores da ativa que recebem mais de R$ 3,5 mil líquidos por mês. Na época, a administração afirmou que o pagamento em duas parcelas do venci­mento de 1.674 funcionários públicos era necessário por causa do repasse ao Instituto de Previdência dos Munici­piários, que chegou a R$ 24 milhões na época.

Com o repasse feito para bancar os benefícios dos apo­sentados e pensionistas, faltou dinheiro para completar a fo­lha de pagamento dos servi­dores da ativa, de aproximada­mente R$ 63 milhões mensais. O parcelamento só não acon­teceu porque a Câmara de Ve­readores devolveu antecipada­mente R$ 6,2 milhões para a prefeitura de Ribeirão Preto.

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