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IPM cobra banco por ‘desfalque’

O Instituto de Previdên­cia dos Municipiários (IPM) já acionou judicialmente o Ban­co Santander para reaver os R$ 199,40 mil transferidos da conta bancária que o órgão previden­ciário mantém na instituição fi­nanceira. A ação foi impetrada na última segunda-feira, 3 de dezembro, na 2ª Vara da Fa­zenda Pública de Ribeirão Pre­to, e será analisada pela juíza Lucilene Aparecida Canella de Melo. O município quer que o Judiciário obrigue o banco a bancar o reembolso pelo su­posto ataque de ladrões ciber­néticos – hackers –, entre os dias 5 e 8 de outubro.

Na ação, o município tam­bém solicita a concessão de li­minar – tutela antecipada – para que Santander devolva o dinhei­ro transferido antes do processo chegar à última instância. Este instrumento jurídico é previsto no artigo 273 do Código de Pro­cesso Civil e permite ao autor da ação receber, no curso do pro­cesso, totalidade ou parte do di­reito que somente lhe seria con­ferido na sentença judicial com trânsito em julgado – depois de esgotados todos os recursos.

“Nosso departamento jurídi­co está trabalhando para que este problema seja resolvido o mais rápido possível”, afirma a superin­tendente do IPM, Maria Regina Ricardo. O pedido de tutela de­verá ser analisado nos próximos dias. Em nota, o Santander infor­ma que as transações contestadas são válidas, pois “foram autentica­das com credenciais de segurança de uso exclusivo e intransferível do cliente (senha)”. Informação esta que, segundo o banco, “não pode ser fornecida a qualquer outra pessoa, em nenhuma hi­pótese ou circunstância, sem qualquer exceção.”

O órgão previdenciário foi alvo de quatro transferências ele­trônicas disponíveis (TEDs) de R$ 49 mil cada, nos dias 5 e 8 de outubro. A instituição financei­ra diz que a responsabilidade é da autarquia porque o sistema é protegido por senha. O Sindicato dos Servidores Municipais de Ri­beirão Preto (MPE) acompanha o caso. O dinheiro seria usado para pagar aposentadorias e pensões. Os quase R$ 200 mil foram trans­feridos para uma conta de pessoa física, que já efetuou o saque – pro­vavelmente um “laranja”. A inves­tigação está sob a responsabilida­de da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual (MPE).

A suspeita é que uma qua­drilha de hackers tenha invadi­do o sistema e efetuado saques da conta do IPM. Foram duas transações por dia no início de outubro, que ocorreram depois que o então diretor financeiro do órgão, Miguel Boudakian Moysés Júnior, atualizou o dis­positivo internet banking – pelo sistema eletrônico da instituição. A atualização foi feita porque o banco teria informado em seu site, naquele período, que faria a atualização destes dispositivos.

A atualização foi finalizada pelo diretor financeiro e pelo te­soureiro do IPM e dois dias de­pois os saques eletrônicos virtuais foram feitos. De acordo com a superintendente, ao tomar co­nhecimento do saque eletrônico ela solicitou explicações ao ban­co, registrou boletim de ocorrên­cia (BO), procurou o Ministério Público para denunciar o roubo virtual e abriu sindicância admi­nistrativa, concluída na semana passada, segundo consta no Diá­rio Oficial do Município (DOM).

No relatório final, o agora ex-diretor financeiro reconhece que houve uma grave falha dos siste­mas de segurança do IPM. Ressal­ta que por ter sido uma operação atípica as que o instituto faz regu­larmente – transferências diárias e de alto valor –, deveria ter sido bloqueada pela instituição.

Moysés Júnior pediu afasta­mento do cargo de diretor finan­ceiro assim que os saques foram constatados para que a investi­gação fosse realizada com im­parcialidade na semana passada foi exonerado por determina­ção da sindicância. O cargo de confiança é em comissão, sem vínculo empregatício. Ele disse, porém, que o órgão previdenci­ário foi vítima de uma quadrilha especializada em fraudes bancá­rias e que os fatos foram devida­mente informados às autoridades e à instituição financeira.

Também alegou que, assim que os fatos ocorreram, pediu afastamento do cargo para que as apurações pudessem ser reali­zadas com isenção. “Ressalto que houve grave falha nos sistemas de segurança da instituição finan­ceira, pois as operações realizadas com fraude não estavam autoriza­das em contrato e jamais tinham sido realizadas pelo IPM, confor­me corretamente apontado pela Comissão Sindicante”, informou Moysés Júnior. Em nota, a prefei­tura confirmou o furto.

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