Em mais um encontro da “Jornada Cidade Humana Hoje”, o Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais realiza novo debate on-line com a arquiteta Catherine Otondo sobre maneiras de tornar a cidade mais inclusiva
Ribeirão Preto (SP), 04 de novembro de 2020 – Nesta primeira semana de novembro, o IPCCIC – Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais promove mais uma transmissão ao vivo em seu Instagram oficial (@IPCCIC), às 19 horas. O encontro, que faz parte do projeto “Jornada Cidade Humana Hoje – Seis passos para a cidade humana”, discute, na quinta-feira (5/11), o tema “Gênero e urbanidade: a equidade é possível?” e conta com a presença da autora, arquiteta e doutora pela FAU-USP, Catherine Otondo. O encontro será mediado pela pesquisadora do instituto, Vera Lúcia Blat Migliorini, que também é urbanista e doutora em planejamento urbano.
O principal motivo para a escolha desse tema pelo instituto foi a importância da inclusão como uma pauta cada vez mais relevante na construção de políticas públicas. “A Cidade Humana deve ser concebida para todos. Isso pressupõe inclusão, ou seja, equidade em todas as suas variáveis: renda, raça, cor, religião, inclusive gênero”, afirma Vera Lúcia Blat Migliorin.
A pesquisadora reforça que, historicamente, as cidades têm sido pensadas e planejadas com base em uma suposta neutralidade entre gênero e espaço – mas que, na verdade, sempre foram produzidas, ignorando a presença feminina. “As formas de uso e ocupação dos espaços urbanos refletem sua relação com o mundo masculino”, informa Vera. Ela lembra que as mulheres representam a maioria da população e dos eleitores no Brasil e são responsáveis pelo sustento de quase 40% das famílias, desempenhando múltiplas funções na cidade – mãe, companheira, profissional. “São as mulheres que mais ocupam e interferem nos espaços urbanos, seja produzindo, circulando ou morando, voluntariamente ou não. E são também as maiores vítimas da violência urbana”.
Retomando a pergunta central do evento, “A equidade é possível?”, Vera Blat adianta que, para a transformação acontecer, a presença das mulheres no debate público é essencial. “Produzir e planejar cidades que sejam seguras para todas e todos pressupõe a participação ativa da mulher nos processos de discussão e construção de políticas públicas que enfrentem a realidade atual e busquem garantir o seu acesso à cidade, sua segurança física e psicológica, sua sensação de bem estar”.
A pesquisadora afirma que, para conseguir utilizar e se apropriar de forma igualitária dos espaços urbanos, a mulher precisa ter acesso a essas políticas urbanas. “Como afirma Catherine Otondo, o debate sobre gênero e cidade deve ‘amparar o desenvolvimento de outros modelos urbanos, examinando possibilidades para uma cidade mais afetiva, atenciosa e prazerosa de se viver’”.
A live, gratuita e aberta para a população, será transmitida ao vivo pelo Instagram do IPCCIC (@IPCCIC).
Sobre Catherine Otondo – A arquiteta e urbanista tem doutorado pela FAU-USP e é docente na Universidade Mackenzie. As questões sociais sempre tiveram forte presença em sua atuação profissional, especialmente nos projetos desenvolvidos no escritório Base Urbana, do qual é sócia proprietária, muitos deles envolvendo urbanização de favelas, que receberam mais de uma dezena de premiações.
Além disso, Catherine foi uma das organizadoras do primeiro seminário que discutiu, no Brasil, a questão do gênero na produção arquitetônica e urbanística – o Seminário Internacional “Onde estão as mulheres Arquitetas?”, realizado no Centro Cultural São Paulo em maio de 2017, promovido por instituições como a Prefeitura Municipal de São Paulo, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo CAU/SP, entre outras.
Catherine atualmente também é Conselheira do CAU/SP e foi uma das responsáveis pela construção da Chapa CAU+Plural, composta por 156 mulheres, que disputou as eleições do conselho realizadas no último 15 de outubro, alcançando uma votação histórica, com quase o dobro dos votos recebidos pela segunda chapa mais votada.
Sobre o IPCCIC
É um instituto sediado em Ribeirão Preto e tem como objetivo estudar a realidade das cidades brasileiras e a partir de diagnósticos específicos, com base nas referências culturais dos locais, criar programas de ações integradas entre Poder Público e sociedade para a transformação das cidades em lugares mais humanos. A meta do Instituto é criar Redes de Gestão Cooperadas entre cidades ligadas geográfica e/ou culturalmente.
A equipe do instituto é formada por historiadores, economistas, produtores de audiovisual, professores, arquitetos, cientista da cultura, cineastas, psicóloga, analista internacional, turismóloga, gestora ambiental, cientista social, cientista política e advogados. Ao todo são 23 profissionais que atuam no IPCCIC. Todos são fontes aptas para atendimento à imprensa e dominam assuntos variados que envolvem os cenários das cidades e suas identidades culturais.