A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – indexador oficial de preços no país – fechou o mês de dezembro com alta de 0,73%, ante um avanço de 0,95% em novembro, informou nesta terça-feira, 11 de janeiro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, a taxa acumulada pela inflação no ano de 2021 foi de 10,06%.
A taxa anual de 10,06% atingiu o maior patamar desde 2015, quando havia ficado em 10,67%. No mês de dezembro de 2020, o IPCA tinha sido de 1,35%. O resultado do índice em 2021 superou consideravelmente a meta de 3,75% perseguida pelo Banco Central (BC) para o ano, ficando também bastante acima do teto de tolerância, que seria de 5,25%.
O indexador oficial da inflação no Brasil fechou 2020 com avanço de 4,52%, até então o maior desde 2016. O resultado ficou acima do centro da meta perseguida pelo BC, de 4,0%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos (entre 2,5% e 5,5%).
No mês de dezembro, houve alta de preços em todos os nove grupos que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. As famílias gastaram mais com Alimentação e Bebidas (0,84%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,75%), Habitação (0,74%), Artigos de Residência (1,37%) Vestuário (2,06%), Transportes (0,58%), Despesas Pessoais (0,56%), Comunicação (0,34%) e Educação (0,05%).
O índice de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 63% em novembro para 75% em dezembro. A última vez em que a difusão ficou abaixo de 50%, ou seja, com menos da metade dos itens investigados com aumento de preços, foi em maio de 2020, quando foi de 43%.
A difusão de itens alimentícios saiu de 60% em novembro para 74% em dezembro, enquanto a difusão de itens não alimentícios passou de 66% para 76%. No ano de 2021, 88% dos itens tiveram altas de preços, calcula Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.
Os gastos das famílias com transportes desaceleraram de 3,35% em novembro para 0,58% em dezembro, um impacto de 0,13 ponto percentual sobre a taxa de 0,73% registrada pelo IPCA no último mês.O destaque foi a queda de 0,94% nos preços dos combustíveis, depois de sete meses seguidos de altas.
A gasolina caiu 0,67%, item de maior contribuição negativa no mês, -0,05 ponto percentual. Houve recuos também no etanol (-2,96%, impacto de -0,03 ponto) e no óleo diesel (-0,33%). O gás veicular subiu 0,68% em dezembro. Já as passagens aéreas aumentaram 10,28%, com impacto de 0,06 ponto percentual no IPCA do mês, enquanto os transportes por aplicativo subiram 11,75%, dando contribuição de 0,03 ponto percentual.
Os preços dos automóveis novos aumentaram 1,85% e os dos automóveis usados tiveram elevação de 0,42%. De acordo com o IBGE, o resultado anual de 10,06% foi influenciado principalmente pelo grupo Transportes, que variou 21,03% no acumulado do ano. Em seguida vieram Habitação, com alta de 13,05%, e Alimentação e Bebidas, que aumentou 7,94% em 2021.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 0,73% em dezembro, após um avanço de 0,84% em novembro. Com o resultado agora divulgado, acumula elevação de 10,16% no ano de 2021. No último mês de 2020, o INPC havia sido de 1,46%, de acordo com o IBGE. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos – entre R$ 1.100 e R$ 5.500 no ano passado, hoje seria entre R$ 1.212 a R$ 6.060 – e chefiadas por assalariados.
INCC
O Índice Nacional da Construção Civil (INCC/Sinapi) subiu 0,52% em dezembro. O resultado sucede um avanço de 1,07% em novembro. No ano de 2021, o índice acumulado foi de 18,65%, a maior taxa na série histórica com desoneração da folha de pagamento nas empresas do setor, iniciada em 2013.