A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – indexador oficial de preços no país – fechou o mês de novembro com alta de 0,95%, ante um avanço de 1,25% em outubro, informou na manhã desta sexta-feira, 10 de dezembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior taxa para o mês desde 2015, quando fechou em 1,01%.
Em novembro de 2020, a alta de preços foi de 0,89%. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 9,26%, de acordo com o IBGE. A taxa acumulada pelo IPCA em doze meses acelerou de 10,67% em outubro para 10,74% em novembro, ante uma meta central de 3,75% perseguida pelo Banco Central este ano.
Em doze meses, o resultado foi de 10,74%, a maior desde novembro de 2003, de 11,02%. A taxa acumulada pela inflação no ano, de 9,26%, também está bem acima do teto da meta para este ano, que é de 5,25%. O índice de difusão do IPCA, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, passou de 67% em outubro para 63% em novembro.
A última vez em que a difusão ficou abaixo de 50%, ou seja, com menos da metade dos itens investigados com aumento de preços, foi em maio de 2020, quando foi de 43%. A difusão de itens alimentícios saiu de 57% em outubro para 60% em novembro, enquanto a difusão de itens não alimentícios passou de 75% para 66%.
Sete dos nove grupos de despesa pesquisados tiveram inflação no mês passado, com destaque para os Transportes com alta de preços de 3,35%. “Os preços da gasolina subiram 7,38% em novembro, na esteira dos reajustes que foram dados nas refinarias no final de outubro. Além disso, tivemos altas expressivas do etanol, do diesel e do gás veicular”, diz o pesquisador do IBGE, Pedro Kislanov.
A gasolina foi o item que mais contribuiu para a inflação em novembro. O etanol subiu 10,53%, o óleo diesel, 7,48%, e o gás veicular, 4,30%. Nos últimos doze meses, até novembro, o preço da gasolina avançou 50,78% no país. O etanol acumula 69,40% no mesmo período, ante 49,56% do diesel. No ano, os acumulados são, respectivamente, de 48,50%, 67,18% e 46,51%.
O grupo Alimentação e bebidas teve deflação (queda de preços) de 0,04% no período, puxada pelo comportamento dos preços da alimentação fora do domicílio, que recuaram 0,25%. Outro grupo com deflação foi Saúde e cuidados pessoais (-0,57%), consequência, em grande parte, da queda nos preços dos itens de higiene pessoal (-3%).
Os demais grupos tiveram as seguintes variações de preços: Despesas pessoais (0,57%), Artigos de residência (1,03%), Vestuário (0,95%), Educação (0,02%) e Comunicação (0,09%). O IPCA está bem acima do teto da meta para este ano, que seria de 5,25%.
O indexador oficial da inflação no Brasil fechou o ano passado com avanço de 4,52%, o maior desde 2016. O resultado ficou acima do centro da meta perseguida pelo BC, de 4,0%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda até cinco salários mínimos (R$ 5.500), registrou taxa de 0,84% em novembro deste ano. Ficou abaixo dos observados em outubro deste ano (1,16%) e novembro do ano passado (0,95%). Também ficou abaixo da inflação oficial (0,95%).
Apesar disso, o INPC acumulado no ano (9,36%) e em doze meses (10,96%) ficou acima daqueles registrados pelo IPCA: 9,26% no ano e 10,74% em doze meses. Em novembro, os produtos alimentícios tiveram deflação (queda de preços) de 0,03%. Já os não alimentícios tiveram inflação de 1,11%.
INCC
O Índice Nacional da Construção Civil (INCC/ Sinapi) subiu 1,07% em novembro. O resultado sucede um avanço de 1,01% em outubro. No ano, o índice acumulado é de 18,04%. A taxa acumulada em doze meses foi de 20,33%. Segundo o IBGE, o custo nacional da construção passou de R$ 1.490,88 em outubro para R$ 1.506,76 em novembro. A parcela dos materiais teve elevação de 1,66%, enquanto o custo da mão de obra subiu 0,18%.