A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – indexador oficial de preços no país – fechou janeiro com alta de 0,53%, ante um avanço de 0,62% em dezembro, informou na manhã desta quinta-feira, 9 de fevereiro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado acumulado em doze meses no IPCA é de 5,77% até janeiro, ante taxa de 5,79% até dezembro, resultado consolidado do ano passado.
Meta
Em 2022, pelo segundo ano seguido, ficou acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e perseguida pelo Banco Central (BC), que era de 3,5%, com teto de tolerância de 5%, mas bem abaixo do IPCA de 2021, quando a inflação oficial foi de 10,06%, o maior patamar desde 2015 – na época, havia ficado em 10,67%. Encerrou 2020 com avanço de 4,52%.
O principal impacto veio do grupo Alimentação e bebidas, que teve alta de preços de 0,59% no mês. Também tiveram alta importante de preços os itens de Transportes, que subiram 0,55% em janeiro por conta das altas de preços de itens como gasolina (0,83%), etanol (0,72%), emplacamento e licença (1,60%) e automóvel novo (0,83%).
Ao mesmo tempo, Vestuário foi o único grupo de despesa que teve deflação (queda de preços): -0,27%. Os demais grupos de despesa registraram os seguintes índices: Comunicação (2,09%), Despesas pessoais (0,76%), Artigos de residência (0,70%), Educação (0,36%), Habitação (0,33%) e Saúde e cuidados pessoais (0,16%).
Em Comunicação, isoladamente, o subitem combo de telefonia, internet e TV por assinatura, com alta de 3,24%, teve o maior impacto de alta no IPCA de janeiro, contribuindo com 0,05 ponto percentual. Já o subitem TV por assinatura subiu 11,78% em janeiro. Somados, os dois subitens acrescentaram 0,09 p.p. no IPCA de janeiro. Também houve alta nos preços dos aparelhos telefônicos (0,44%) e nos serviços de acesso à internet (2,09%).
Em Vestuário, contribuíram para o resultado do mês principalmente as roupas femininas (-1,37%) e, em menor escala, as roupas masculinas (-0,11%) e infantis (-0,21%). Os preços dos calçados e acessórios (0,73%), por outro lado, seguiram em alta, embora esta tenha sido menos intensa que a do mês anterior (1,09%).
Em Saúde e cuidados pessoais, o destaque foi o recuo de 1,26% nos preços dos itens de higiene pessoal. Os preços dos perfumes e dos artigos de maquiagem caíram 5,86% e 1,51%, respectivamente. Porém, o plano de saúde ficou 1,21% mais caro.
O índice de preços dos serviços acelerou a 0,60% em janeiro, ante alta de 0,44% em dezembro de 2022. Com a aceleração, a taxa acumulada em 12 meses até janeiro ficou em 7,80%, acima dos 7,58% verificados no fechamento do ano passado.
Alimentação e Bebidas
A inflação de janeiro foi puxada pelos alimentos, ainda que a alta desses preços tenha tido desaceleração ante dezembro. Da alta de 0,53% no mês passado, 0,13 ponto percentual (p.p.) foi acrescentado pelo avanço de 0,59% no grupo Alimentação e bebidas.
Em dezembro, o grupo havia subido 0,66%. Em Alimentação e Bebidas, a variação da alimentação no domicílio (0,60%) também ficou abaixo da registrada em dezembro (0,71%). Os destaques de alta, segundo o IBGE, foram os preços da batata-inglesa (14,14%), do tomate (3,89%), das frutas (3,69%) e do arroz (3,13%).
Na contramão, houve queda em componentes importantes da cesta de consumo, como a cebola (-22,68%), o frango em pedaços (-1,63%) e as carnes (-0,47%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,57%. A maior contribuição (0,02 p.p.) veio do lanche (1,04%). A refeição, por sua vez, teve alta de 0,38%, acima do mês anterior (0,19%). Os preços de refrigerantes e água mineral (0,81%) e a cerveja (0,43%) também subiram, informou o IBGE.
Transportes
Os combustíveis ficaram 0,68% mais caros em janeiro. Com isso, o grupo Transportes subiu 0,55% no IPCA, com impacto positivo de 0,11 ponto na variação agregada de 0,53% no índice cheio. Segundo o IBGE, o encarecimento dos combustíveis foi puxado pelo aumento nos preços da gasolina (0,83%) e do etanol (0,72%).
Por outro lado, o óleo diesel (-1,40%) e o gás veicular (-0,85%) tiveram queda em janeiro. O subitem emplacamento e licença subiu 1,60%, porque incorporou pela primeira vez a fração mensal referente ao IPVA de 2023. Os preços dos transportes por aplicativo recuaram 17,03%, após subirem 10,67% em dezembro.
Habitação
O grupo Habitação subiu 0,33% no IPCA de janeiro, ante 0,20% na leitura de dezembro de 2022. A conta de luz subiu 0,19%, praticamente o mesmo aumento de dezembro de 2022, quando avançou 0,20%. O destaque foi a taxa de água e esgoto, com avanço de 1,44%. Já os preços do gás de botijão caíram 1,19%.