A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – indexador oficial de preços no país – fechou março em 0,71%, ante 0,84% em fevereiro e 0,53% de janeiro, após encerrar 2022 com 0,62% em dezembro, informou na manhã desta terça-feira, 11 de abril, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta de 0,71% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo em março foi a menor taxa para o mês desde 2020, quando subiu 0,07%. No mesmo mês do ano passado, o IPCA tinha sido de 1,62%. A taxa acumulada no ano é de 2,09%, contra 1,37% até fevereiro. O resultado acumulado em doze meses teve forte desaceleração e está em 4,65%, ante taxa de 5,60% do período encerrado no mês anterior.
O resultado é o mais baixo desde janeiro de 2021, quando estava em 4,56%. A meta de inflação para este ano perseguida pelo Banco Central é de 3,25%, que tem teto de tolerância de 4,75%. O IPCA fechou 2022 em 5,79% e, pelo segundo ano seguido, ficou acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A meta perseguida pelo Banco Central (BC) era de 3,5%, com teto de tolerância de 5%. Mesmo assim, ficou bem abaixo do IPCA de 2021, quando a inflação oficial foi de 10,06%, o maior patamar desde 2015 – na época, havia ficado em 10,67%. Encerrou 2020 com avanço de 4,52%.
Oito dos nove grupos que integram o IPCA registraram alta de preços em março. As famílias gastaram menos apenas com Artigos de Residência (-0,27%), contribuição de -0,01 ponto percentual. O resultado foi puxado pelas quedas nos preços dos itens de TV, som e informática (-1,77%), sobretudo, do televisor (-2,15%) e do computador pessoal (-1,08%).
Os eletrodomésticos e equipamentos recuaram 0,23%, após alta de 0,45% em fevereiro. Na direção oposta, houve elevação de gastos com Alimentação e bebidas (0,05%, impacto de 0,01 ponto), Transportes (2,11%, contribuição de 0,43 p.p.) e Saúde e cuidados pessoais (0,82%, impacto de 0,11 p.p.).
Também houve alta em Despesas Pessoais (0,38%, impacto de 0,04 p.p.), Educação (0,10%, impacto de 0,01 p.p.), Habitação (0,57%, impacto de 0,09 p.p.), Comunicação (0,50%, impacto de 0,02 ponto percentual) e Vestuário (0,31%, impacto de 0,01 ponto).
Transportes
A principal contribuição e também da variação de preços que partiram do grupo Transportes. Os preços subiram 2,11% em março, após alta de 0,37% em fevereiro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,43 ponto percentual para o IPCA.
A gasolina aumentou 8,33%, subitem com maior impacto individual no índice do mês, 0,39 ponto porcentual. O etanol subiu 3,20%. Já o gás veicular recuou 2,61%, e óleo diesel diminuiu 3,71%. As passagens aéreas passaram de uma queda de 9,38% em fevereiro para recuo de 5,32% em março.
Alimentação e bebidas
Os preços do grupo Alimentação e bebidas aumentaram 0,05% em março, após alta de 0,16% em fevereiro. Deu uma contribuição positiva de 0,01 ponto percentual para o IPCA. Entre os componentes, a alimentação no domicílio teve queda de 0,14% em março, após ter avançado 0,04% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,6%, ante alta de 0,5% em fevereiro.
Habitação
As famílias brasileiras gastaram 0,57% a mais com habitação em março, uma contribuição de 0,09 ponto percentual para o IPCA do mês. A alta foi puxada pelo aumento de 2,23% na energia elétrica residencial, que resultou numa contribuição de 0,09 ponto percentual.
Saúde
Os gastos das famílias com Saúde e cuidados pessoais passaram de uma elevação de 1,26% em fevereiro para 0,82% em março, o equivalente a uma contribuição de 0,11 ponto percentual para a taxa de 0,71% do IPCA no último mês. O resultado foi puxado pela alta de 1,20% do plano de saúde.
As operadoras seguem incorporando as frações mensais dos planos novos e antigos referentes ao ciclo de 2022-2023. Os itens de higiene pessoal subiram 0,72%, variação menos intensa que a verificada no mês anterior (2,80%). Os artigos de maquiagem subiram 4,80% em março, enquanto os produtos para pele tiveram queda de 2,42%.
Difusão
O índice de difusão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 65% em fevereiro para 60% em março. A difusão de itens alimentícios passou de 62% em fevereiro para 56% em março. Já a difusão de itens não alimentícios saiu de 68% em fevereiro para 63% em março.