Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para 2019 do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – indexador oficial de inflação, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira, 4 de fereveiro, pelo Banco Central, mostra que a mediana para este ano passou de alta de 4% para elevação de 3,94%. Há um mês, estava em 4,01%. A projeção para 2020 segue em 4%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo nível.
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2021, que seguiu em 3,75%. No caso de 2022, a expectativa também permaneceu em 3,75%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,75% para ambos os casos. A projeção dos economistas para a inflação está abaixo do centro da meta de 2019, de 4,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto percentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). No último dia 11, o IBGE informou que o IPCA de 2018 fechou com taxa de 3,75%.
Em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC havia atualizado suas projeções para a inflação. No cenário de mercado, o BC projeta IPCA de 3,9% em 2019, 3,6% em 2020 e 3,7% em 2021. No Focus agora divulgado, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2019 foi de 3,90% para 3,83%. Para 2020, a estimativa do Top 5 permaneceu em 4,00%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,96% e 4,00%, nesta ordem. No caso de 2021, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 3,75%, igual ao verificado há um mês. A projeção para 2022 no Top 5 seguiu em 3,50%, ante 3,78% de quatro semanas atrás.
Preços administrados
O Focus indicou mudança na projeção para os preços administrados – contas de luz, preço da gasolina e do óleo diesel etc. –em 2019 e 2020. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador este ano passou de alta de 4,80% para 4,89%. Para 2020, a mediana foi de alta de 4,20% para elevação de 4,30% Há um mês, o mercado projetava aumento de 4,79% para os preços administrados em 2019 e elevação de 4,00% em 2020. As projeções atuais do BC, no cenário de mercado, indicam elevações de 5,1% em 2019 e 3,9% em 2020. Estes percentuais foram informados no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado em dezembro.
Produto Interno Bruto
A expectativa de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 seguiu em 2,50%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Há quatro semanas, a estimativa de crescimento era de 2,53%. Para 2020, o mercado financeiro manteve a previsão de alta do PIB, em 2,50%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo nível. A projeção do BC para o crescimento em 2019 é de 2,4%. Esse percentual foi divulgado no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro.
Selic
A primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de 2019 será realizada nesta terça-feira (5) e a decisão deve ser anunciada no final da tarde de quarta-feira, 6 de fevereiro. Os técnicos do BC vão analisar o cenário econômico e definir a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 6,5% ao ano e, segundo as instituições financeiras consultadas no boletim Focus, deve permanecer no atual patamar.
Para 2020, no entanto, o mercado financeiro projeta aumento da Selic, com a taxa encerrando o período em 8% ao ano. No caso de 2021 e 2022, também segue em 8%. O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia da reunião, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, definem a Selic.