Tribuna Ribeirão
Economia

IPCA cai de 4% para 3,94%, aponta Focus

WILSON DIAS/AG.BR.

Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para 2019 do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Am­plo (IPCA) – indexador oficial de inflação, elaborado pelo Ins­tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira, 4 de fereveiro, pelo Banco Cen­tral, mostra que a mediana para este ano passou de alta de 4% para elevação de 3,94%. Há um mês, estava em 4,01%. A pro­jeção para 2020 segue em 4%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo nível.

O relatório Focus trouxe ain­da a projeção para o IPCA em 2021, que seguiu em 3,75%. No caso de 2022, a expectativa tam­bém permaneceu em 3,75%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,75% para ambos os casos. A projeção dos econo­mistas para a inflação está abai­xo do centro da meta de 2019, de 4,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto percen­tual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). No último dia 11, o IBGE infor­mou que o IPCA de 2018 fechou com taxa de 3,75%.

Em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC havia atualizado suas proje­ções para a inflação. No cenário de mercado, o BC projeta IPCA de 3,9% em 2019, 3,6% em 2020 e 3,7% em 2021. No Focus agora divulgado, entre as insti­tuições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2019 foi de 3,90% para 3,83%. Para 2020, a estimati­va do Top 5 permaneceu em 4,00%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,96% e 4,00%, nesta ordem. No caso de 2021, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 3,75%, igual ao verificado há um mês. A projeção para 2022 no Top 5 seguiu em 3,50%, ante 3,78% de quatro semanas atrás.

Preços administrados
O Focus indicou mudan­ça na projeção para os preços administrados – contas de luz, preço da gasolina e do óleo die­sel etc. –em 2019 e 2020. A me­diana das previsões do mercado financeiro para o indicador este ano passou de alta de 4,80% para 4,89%. Para 2020, a mediana foi de alta de 4,20% para elevação de 4,30% Há um mês, o merca­do projetava aumento de 4,79% para os preços administrados em 2019 e elevação de 4,00% em 2020. As projeções atuais do BC, no cenário de mercado, indicam elevações de 5,1% em 2019 e 3,9% em 2020. Estes percentuais foram informados no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), di­vulgado em dezembro.

Produto Interno Bruto
A expectativa de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 seguiu em 2,50%, conforme o Relatório de Mer­cado Focus. Há quatro sema­nas, a estimativa de crescimen­to era de 2,53%. Para 2020, o mercado financeiro manteve a previsão de alta do PIB, em 2,50%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo nível. A pro­jeção do BC para o crescimen­to em 2019 é de 2,4%. Esse percentual foi divulgado no Relatório Trimestral de Infla­ção (RTI) de dezembro.

Selic
A primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de 2019 será realizada nesta ter­ça-feira (5) e a decisão deve ser anunciada no final da tarde de quarta-feira, 6 de fevereiro. Os técnicos do BC vão analisar o cenário econômico e definir a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 6,5% ao ano e, segundo as instituições financeiras consultadas no bo­letim Focus, deve permanecer no atual patamar.

Para 2020, no entanto, o mercado financeiro projeta aumento da Selic, com a taxa encerrando o período em 8% ao ano. No caso de 2021 e 2022, também segue em 8%. O Co­pom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia da reunião, são feitas apresentações técni­cas sobre a evolução e perspec­tivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No se­gundo dia, os membros do Co­pom, formado pela diretoria do BC, definem a Selic.

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