O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, ficou em 0,22% em fevereiro deste ano. Essa é a menor taxa para o mês desde o início do Plano Real, em 1º de julho de 1994. Também ficou abaixo do registrado em janeiro (0,71%). Em fevereiro de 2019, havia sido de 0,34%. Segundo os dados divulgados nesta quinta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indexador acumula taxas de 0,93% no ano e de 4,21% em doze meses.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três apresentaram deflação (queda de preços) na prévia de fevereiro. Os reajustes das mensalidades escolares em fevereiro foram os vilões da inflação medida pelo IPCA-15. As despesas com educação subiram 3,61%, maior contribuição de grupo no índice do mês, o equivalente a 0,23 ponto percentual. Os cursos regulares ficaram 4,36% mais caros em fevereiro, item de maior impacto individual, o equivalente a 0,20 ponto. Já os cursos diversos subiram 2,71%, contribuindo com 0,02 ponto percentual.
Transportes
O gasto das famílias com transportes subiu 0,20% em fevereiro, depois de uma alta de 0,92% em janeiro, segundo a inflação medida pelo IPCA-15. Os combustíveis passaram de uma elevação de preços de 2,96% em janeiro para aumento de 0,49%. Em fevereiro, a gasolina subiu 0,21%, enquanto o etanol aumentou 2,69% e o óleo diesel avançou 0,04%. Na direção oposta, as passagens aéreas recuaram 6,68%, maior contribuição negativa para a inflação do mês, -0,05 ponto percentual.
As tarifas dos ônibus urbanos subiram 0,79% em fevereiro, em decorrência de reajustes em Brasília e São Paulo. O táxi aumentou 0,30%, devido a um reajuste médio de 2,20% nas tarifas praticadas no Rio de Janeiro em 2 de janeiro. As passagens dos ônibus intermunicipais aumentaram 2,04%, com reajustes em Salvador, São Paulo e Belo Horizonte.
Habitação
As famílias brasileiras gastaram 0,07% a mais com habitação em fevereiro, dentro do IPCA-15. A energia elétrica ficou 0,12% mais barata, devido à mudança de bandeira tarifária. Em janeiro, estava em vigor a bandeira amarela, que adiciona R$ 1,343 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Em fevereiro, passou a vigorar a bandeira verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz. Por outro lado, houve alta de 0,28% no gás encanado e aumento de 0,02% na taxa de água e esgoto.
Grupos em deflação
Três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados no IPCA-15 registraram deflação em fevereiro. As quedas mais acentuadas ocorreram nos grupos vestuário (-0,83%) e saúde e cuidados pessoais (-0,29%), ambos com impacto de -0,04 ponto percentual cada um no índice do mês.
Além disso, o grupo alimentação e bebidas recuou 0,10%, contribuindo com -0,02 ponto percentual. No grupo vestuário, houve quedas nos preços das roupas masculinas (-1,39%), roupas femininas (-0,83%) e roupas infantis (-0,71%). As joias e bijuterias (0,64%) tiveram alta pelo oitavo mês consecutivo.
Em saúde e cuidados pessoais, a redução foi puxada por itens de higiene pessoal (-1,71%), como perfumes (-5,06%) e produtos para pele (-1,30%). Por outro lado, o maior impacto positivo no grupo foi do plano de saúde (0,60%), que contribuiu com 0,02 ponto percentual no IPCA-15 do mês.
Em alimentação e bebidas, a queda no preço das carnes em fevereiro foi o principal fator de desaceleração da inflação medida pelo IPCA-15. As carnes, que tinham subido 4,83% em janeiro, ficaram 5,04% mais baratas em fevereiro, item de maior impacto negativo no IPCA-15, uma contribuição de -0,13 ponto percentual.
Como consequência, o grupo alimentação e bebidas passou de uma alta de 1,83% em janeiro para uma queda de 0,10% em fevereiro, uma contribuição de -0,02 ponto percentual no IPCA-15 deste mês. Por outro lado, as famílias pagaram mais pelo tomate (28,96%) e pela batata-inglesa (5,23%).
A alimentação fora do domicílio subiu 0,38% em fevereiro, após um avanço de 0,99% em janeiro.
Em fevereiro, o lanche teve recuo de 0,25%, mas a refeição fora de casa aumentou 0,66%. Além dos grupos já citados, o IPCA-15 captou altas nos grupos artigos de residência (0,17%), comunicação (0,02%) e despesas pessoais (0,31%).