O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial no país, fechou abril em 1,73%. O resultado ficou acima das taxas de março deste ano (0,95%) e de abril de 2021 (0,60%). A taxa é a maior variação mensal desde fevereiro de 2003, quando subiu 2,19%, e a mais alta para um mês de abril desde 1995, quando atingiu 1,95%.
Com o resultado, o IPCA- 15 acumula alta de 4,31% no ano. Em doze meses, a taxa acumulada chega a 12,03%, acima dos 10,79% acumulados no índice de março, a mais elevada desde novembro de 2003, quando estava em 12,69%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 27 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A meta de inflação perseguida pelo Banco Central este ano é de 3,50%, com teto de tolerância de 5%. O “IPCA cheio” – indexador oficial de preços no país – registrou taxa de 1,62% em março deste ano, ante avanço de 1,01% em fevereiro, 0,54% em janeiro e de 0,73% em dezembro. No mesmo período do ano passado havia ficado em 0,93%. O índice acumula aumento de 3,20% no ano.
A alta de 1,62% registrada pelo IPCA em março foi a variação mais acentuada para o mês em 28 anos, desde 1994, quando o índice havia sido de 42,75%, no período de alta inflação que antecedeu a implementação do Plano Real, em 1º de julho.
Considerando todos os meses do ano, o IPCA de março foi o mais elevado em 19 anos, desde janeiro de 2003, quando esteve em 2,25%. A taxa em doze meses passou de 10,54% em fevereiro para 11,30% em março, de acordo com o IBGE, resultado mais elevado desde outubro de 2003, quando estava em 13,98%.
Oito dos nove grupos de despesa tiveram alta de preços em abril. O maior impacto veio dos Transportes, que registraram inflação de 3,43% na prévia do mês. Entre os itens que se destacaram no período estão os combustíveis, que registraram alta de 7,54%, devido ao aumento nos preços da gasolina (7,51%), óleo diesel (13,11%), etanol (6,60%) e gás veicular (2,28%).
Outro grupo de despesas com alta importante foi Alimentação e bebidas (2,25%), com elevação de preços em produtos como tomate (26,17%), leite longa vida (12,21%), cenoura (15,02%), óleo de soja (11,47%), batata-inglesa (9,86%) e pão francês (4,36%).
Outros destaques foram os grupos Habitação (1,73%), Vestuário (1,97%), Artigos de residência (0,94%), Despesas pessoais (0,52%), Saúde e cuidados pessoais (0,47%) e Educação (0,05%). O único grupo com deflação (queda de preços) foi Comunicação (-0,05%).
A inflação do ano passado atingiu o maior patamar desde 2015, quando havia ficado em 10,67%. O resultado do índice em 2021 superou consideravelmente a meta de 3,75% perseguida pelo Banco Central (BC). Também ficou bastante acima do teto de tolerância, que seria de 5,25%.