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Invasões ameaçam o Leite Lopes

O diretor regional do Depar­tamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) – autarquia ligada à Secretaria de Logística e Transportes e administrador do Aeroporto Estadual Doutor Leite Lopes, em Ribeirão Preto – disse nesta sexta-feira, 16 de fevereiro, que na próxima semana será en­caminhado à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) relatório mostrando que todas as provi­dências exigidas foram imple­mentadas ou serão concluídas entro do prazo de 30 dias.

Na quinta-feira (15), a agên­cia baixou uma resolução proi­bindo voos noturnos de passa­geiros no aeródromo a partir de 17 de março se as três exigências feitas ao Daesp não forem cum­pridas em 30 dias. Segundo Cardoso, é improvável que o ae­roporto seja proibido de operar à noite. Segundo o diretor regio­nal, as três medidas solicitadas pela Anac tratam da questão de invasão da área do Leite Lopes – já houve casos em que vizinhos do local invadiram a pista.

A única medida penden­te, segundo Cardoso Júnior, é a instalação e eletrificação de uma segunda cerca, na parte interna do Aeroporto Leite Lopes, ao longo de 5.400 metros da ave­nida Thomaz Alberto Whatelly, ruas Americana e Pouso Alegre e avenida Brasil. O alambrado já foi instalado – custou R$ 280 mil. Fal­ta energizar o item de segurança. “Já orçamos o serviço de eletri­ficação, que deve ser contratado nos próximos dias. Estamos ape­nas definindo qual a modalidade da contração”, informa.

Ele diz que esse serviço deve custar entre R$ 700 mil e R$ 800 mil. A voltagem vai aumentar de acordo com a altura da cerca – embaixo, o choque será menor. Se alguém insistir em saltar o alam­brado e encostar na parte mais alta, o choque será bem maior.

O diretor regional do Daesp destaca que a medida foi cercada de todas as preocupações legais, pois a maioria das invasões é praticada por menores de idade, invariavelmente atrás de pipas. “Vamos espalhar avisos e fazer uma ampla divulgação na mídia”, diz Cardoso Junior.

A segunda medida – que já foi adotada – exige a extração de 200 árvores que facilitavam a transposição do alambrado. Localizadas perto da cerca do aeroporto, eram utilizadas como “escadas” pelos invasores, que se apoiavam nos galhos para pular o alambrado. “Essa remoção foi feita pela prefeitura em 2017, ter­minou em setembro do ano pas­sado”, informa Cardoso Júnior.

Por fim, a terceira providên­cia exigida pela Anac trata de ações coordenadas com a prefei­tura, em especial no período das férias escolares, como a oferta de atividades por parte da Secre­taria Municipal de Esportes ou de orientação pela Assistência Social. “O que precisamos nos períodos das férias escolares, no final e no meio do ano, é oferecer o que fazer para crianças, adoles­centes e jovens, que são mais de 95% dos casos de invasão”, diz.

De acordo com levantamen­to do aeroporto, em janeiro de 2017 ocorreram 17 ocorrências de invasão. Em fevereiro, apenas uma. De março a junho não hou­ve nenhuma. Em julho, período de férias escolares, foram 29. Em agosto apenas uma. De setembro a outubro não houve ocorrências. Em novembro foi registrado um caso e, em dezembro, novamente com as crianças em férias, mais 24 ocorrências de invasão.

Segundo o Daesp, 97% das in­vasões estão relacionadas a meno­res pulando a cerca atrás de pipas. E quando não são os “papagaios”, geralmente são ocorrências rela­cionadas a drogas, como a deten­ção de dois menores no ano pas­sado – ao serem abordados pelos seguranças, disseram que estavam caminhando “por Marte”, aparen­temente sob efeito de alguma dro­ga alucinógena.

Por meio de nota enviada ao Tribuna, “a Anac reitera a sua missão de garantir a todos os brasileiros a segurança e a exce­lência da aviação civil e informa que a medida restritiva poderá ser revogada quando o operador do terminal demonstrar a im­plementação completa das ações listadas na análise técnica que fundamentou sua aplicação.”

Diz, ainda, “que as medidas restritivas para operações notur­nas no terminal foram aplicadas devido a não implementação de ajustes adicionais para redução da possibilidade de entrada não auto­rizada na área operacional. Além disso, a não pactuação formal por parte da municipalidade e do ór­gão de segurança pública local de apoio às ações do operador de aeródromo. A restrição foi im­posta após longas tratativa entre a Anac e o operador do aeródro­mo. Foram expedidos seis autos de infração de 2015 a 2018 con­tra o terminal, além da medida administrativa cautelar de proi­bição de aumento de freqüência”.

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