As obras de remodelação da pista do Aeroporto Estadual Doutor Leite Lopes, em Ribeirão Preto, que começaram em 28 de setembro, devem terminar em meados de janeiro, segundo informação do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) – autarquia vinculada à Secretaria de Logística e Transportes e administradora do aeródromo. A previsão inicial era que a intervenção duraria oito meses – 240 dias – a partir da emissão da ordem de serviço.
A sinalização do aeródromo passou por readequações para possibilitar as intervenções. Os trabalhos estão sendo realizados entre a 0h30 e as 4h45 para não interferir nas operações e na escala de voos – neste horário não há movimento da aviação comercial ou executiva. As obras contemplam a implantação de área de giro nas cabeceiras 18 e 36 (turnround), instalação de acostamento nas pistas de taxiamento de aeronaves e reforço na pista de táxi para acesso ao pátio.
A empresa responsável pela intervenção é a Talude Construções, de Barueri, vencedora do certame em 13 de agosto ao apresentar o valor de R$ 3,945 milhões, desconto de R$ 255 mil e 6% abaixo do estimado em edital, de R$ 4,2 milhões. O objetivo da intervenção é proporcionar mais segurança e flexibilidade às operações, facilitando as manobras dos aviões. As principais intervenções, custeadas pela União, estão previstas para começar no ano que vem.
A expectativa é de que o aeroporto fique pronto em 2021. O Estado vai investir, no total, R$ 8,8 milhões referentes à contrapartida aos R$ 79,2 milhões que serão repassados pelo governo federal, via Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) da Presidência da República, projeto que totaliza R$ 88 milhões em investimentos, sobretudo no terminal de passageiros. No acordo de internacionalização do Leite Lopes a prefeitura terá que fazer melhorias no sistema viário do entorno do aeroporto.
CEE da Câmara
A Comissão Especial de Estudos (CEE) da Câmara de Vereadores que analisou o processo de internacionalização do Aeroporto Estadual Doutor Leite Lopes, em Ribeirão Preto, apresentou o relatório final na terça-feira, 11 de dezembro. Segundo o documento, a falta de transparência e de ação do governo do Estado e da prefeitura prejudicou “uma das mais vitais obras para o desenvolvimento regional”.
A comissão foi presidida por Alessandro Maraca (MDB) e contou com a participação de André Trindade (DEM), Gláucia Berenice (PSDB), João Batista (PP), Nelson Stefanelli, o “Nelson das Placas” (PDT), e Paulinho Pereira (PTB). O relatório acusa o Estado pela falta de transparência e pela ausência de comparecimento nas oitivas e reuniões.
“Esconderam a informação da falta de verba no orçamento do Daesp, que não tinha nem R$ 100 para a confecção de projetos; a falta do projeto executivo inviabiliza o investimento do governo federal na obra”, acusa Maraca. Ainda segundo o vereador, a mudança de comando no governo estadual de São Paulo foi crucial, já que Márcio França (PSB) liberou R$ 8,8 milhões no primeiro semestre deste ano.
França substituiu Geraldo Alckmin (PSDB), que deixou o cargo para concorrer à Presidência da República nas eleições de outubro. A comissão cobra também rapidez nas interferências na cabeceira da pista para viabilizar o pouso de aeronaves de grande porte. “Assim a cidade passará a ser de imediato um ponto de distribuição regional, gerando milhares de empregos e influenciando o futuro da nossa cidade”, finaliza Maraca.
Prefeitura vai licitar viaduto em janeiro
A Secretaria Municipal de Obras Pública informou ao Tribuna que o viaduto no cruzamento das avenidas Brasil e Thomaz Alberto Whateli, na Zona Norte de Ribeirão Preto, será licitado em janeiro de 2019. Com a decisão, as obras deverão começar em abril do próximo ano, caso não haja contestações administrativas ou judiciais dos participantes do processo licitatório.
Em média, por causa dos trâmites administrativos e legais, uma licitação deste porte demora 90 dias para ser concluída. A construção do viaduto faz parte do Programa de Aceleração do Cres¬cimento – PAC da Mobilidade Urbana (PAC II), um pacote de obras que terá investimento de R$ 310 milhões.
Para viabilizar a parceria com o governo federal a administração municipal conseguiu empréstimo de R$ 33,4 milhões com o Banco do Brasil. A melhoria no tráfego de veículos daquela região é uma reivindicação antiga dos moradores da Zona Norte. Isso porque a avenida Brasil é umas das principais vias de acesso para bairros como Quintino Facci I e II, Avelino Alves Palma e Jardim Salgado Filho I.
Já a Thomaz Alberto Whately é a principal via de acesso para os bairros do Complexo Ribeirão Verde e ao próprio Aeroporto Leite Lopes. Segundo a Secretaria Municipal de Obras de Ribeirão Preto, a construção tem valor estimado de R$ 16,374 milhões. Entretanto, o valor final a ser contratado será conhecido após a licitação, em que poderão ocorrer eventuais descontos dos licitantes.